Qualquer país central tem no governo peça-chave para alavancar projetos científico-tecnológicos, já que a promoção do conhecimento como política de Estado é, definitivamente, a senha para um crescimento sustentável. Para este caminho – que vai da pesquisa básica à inovação pioneira –, é necessário o empreendedor, aquele que sonha e transforma sua inquietude em negócio. Mas não apenas ele.
Soma-se então uma instituição governamental com missão institucional voltada ao tema e que permite o sonho e o risco – este, um componente fundamental quando se pensa o avanço de uma nação a passos largos. Quando surgiu, há 50 anos, a Finep abraçou este papel, bastante ousado para um país que busca agregar mais produtividade à sua economia.
Pouco a pouco, com atuação na formulação e indução da política científica brasileira, a Finep se estabeleceu, por intermédio de seus financiamentos, como principal elo da rede de inovação do País. Na prática, isto significa que empresas, universidades, institutos tecnológicos e instituições públicas ou privadas podem receber apoio por meio de crédito com juros subsidiados, subvenção, investimento e financiamentos não reembolsáveis. A Finep está no cerne dessa engrenagem, delineando diretrizes e estabelecendo pontos de contato entre tantos diferentes ambientes que respiram tecnologia.
Com relação à subvenção econômica, que significa apoio total a um projeto – com todos os riscos inerentes –, sem devolução de capital (a resposta à sociedade vem a posteriori, com os benefícios diretos decorrentes daquele produto, processo ou serviço impulsionado), um dado que denota a importância da agência: somente ela, a Finep, tem autorização para operar este dinheiro, considerado nobre.
Afinal, o que a diferencia é também a sua capacidade de integrar equipes,
combinar recursos humanos (além dos financeiros) para promover o chamado salto tecnológico necessário ao progresso. O Brasil é um país empreendedor por natureza, mas que ainda busca agregar esta característica ao ambiente de negócios qualificados, de modo a conferir dinamismo e valor agregado ao capital circulante. E o caminho para esta conquista é pavimentado justamente pela Finep.
De 1967 a 2017, foram cerca de 30 mil projetos impulsionados pela financiadora, como o Avião Tucano da Embraer; o Museu do Amanhã na revitalizada Praça Mauá (RJ); o Tanque Oceânico da Coppe/UFRJ; o ônibus movido a hidrogênio, o AZT nacional, o Supercomputador Santos Dumont; o Satélite Geoestacionário Brasileiro de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC); os estudos de viabilidade da Ponte Rio-Niterói; e o Exoesqueleto, do neurocientista Miguel Nicolelis, dentre muitos outros de alto impacto. Isto garantiu e garante geração de conhecimento, desenvolvimento da tecnologia brasileira e competitividade global para, de fato, transformar o Brasil por meio da inovação.
O futuro é a gente que faz.