Divulgação
A variedade de tipos de solo existentes no Brasil chama atenção, sobretudo sob a ótica de um grupo formado por professores e pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Juntos, eles tocam há mais de 12 anos o projeto Cores da Terra, que tem como principais objetivos a produção e aplicação de tintas fabricadas com pigmentos de solos. A iniciativa, que começou em Viçosa, Minas Gerais, se estendeu para mais de 30 municípios do Espírito Santo e hoje está presente em outros estados brasileiros, incluindo Amazonas, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina São Paulo e Rio Grande do Sul.
As primeiras oficinas e cursos de capacitação oferecidos pelo projeto eram voltados principalmente para agricultores familiares, artesãos e pintores locais. A técnica, contudo, foi assimilada em um segundo momento por artesãos e artistas plásticos, que passaram a substituir tintas convencionais pelas produzidas à base de terra e pigmentos naturais. A variedade e qualidade das tintas impressionam. Três tipos de solo podem ser considerados as cores primas desse tipo de tinta: avermelhado, amarelado e branco. Deles, contudo, é possível chegar a combinações infinitas. A durabilidade das pinturas ainda não está definida, mas, de acordo com os autores do projeto, existem residências que foram pintadas entre 2009 e 2010 que ainda apresentam boa qualidade.
Durante o processo de consolidação do Cores da Terra, aconteceram duas das maiores conquistas da história do projeto. Em 2009, o primeiro lugar na categoria Tecnologia Social da região Sudeste do Prêmio Finep, que rendeu um aporte de aproximadamente R$ 500 mil e permitiu a ampliação das oficinas para outros estados. Alguns anos depois, a validação das tintas da terra pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), reforçando ainda mais a qualidade do material.
Divulgação