A Finep realizou na sexta-feira, 21/3, a primeira Reunião do Conselho Consultivo em 2025. Presidente da companhia, Celso Pansera fez a abertura do evento, trazendo um balanço das ações em 2023 e 2024.
O dirigente louvou a recomposição do FNDCT (em 2024, o orçamento foi superior a R$ 12 bi). “Estamos em momento muito positivo, com o Governo Federal entregando protagonismo à Finep, por exemplo, na Nova Política Industrial”, disse.
A fala aconteceu no dia seguinte à aprovação da LOA de 2025, com sinal verde - oferecido pelo Congresso - de R$ 14,7 bi para apoio a projetos de CT&I. Nos primeiros dois anos de sua gestão (o aniversário é em 23/3), foram R$ 30 bi em contratos, que perfazem 3654 projetos. A liberação chegou a R$ 21,2 bi.
Foram 1645 empresas contempladas com recursos de crédito, 277 com subvenção direta, e 187 ICTs executoras diferentes aprovadas. Os números de demanda por financiamento reembolsável refletem um empresariado que entende o bom momento da Financiadora e com apetite para inovação. Se - em 2022 - foram R$ 6,5 bi, em 2023 , o patamar quase dobrou: R$ 12,57 bi. Em 2024, um número quase duas vezes maior outra vez: R$ 23,79 bi.
Pansera enfatizou, ainda, a importância do crescimento do apoio para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, já que os financiamentos seguem maiores no Sul e Sudeste. “É um desafio sabido e estamos trabalhando em ações específicas. A Finep, com programas descentralizados e editais dirigidos às regiões, tem seu olhar capilar cada vez mais apurado”, destacou.
O lucro líquido da companhia quase quadruplicou em cinco anos (lucro fundamentalmente operacional). Em 2020, foi de cerca de R$ 206 milhões. Em 2025, alcançou R$ 815,77 milhões. Ainda de acordo com o presidente, são três os desafios atuais: 1) Liberação de recursos em estoque do FNDCT; 2) Aumento do Patrimônio Líquido e limites operacionais da Finep e 3) Sub-rogação (Projeto de Lei 2996 / 2024).
Pansera explicou esse último: “trata da sub-rogação automática de créditos e garantias em caso de falência, liquidação extra-judicial ou intervenção em instituição financeira agente da Finep. Isto visa promover a ampliação da disponibilidade de recursos para o financiamento à inovação através dos agente credenciados, privilegiando PMEs”.
“Buscamos força institucional, agilidade na relação com os clientes e pares. Passamos da fase da escassez de recursos e vamos para ações de retroalimentação e acerto no alvo de políticas públicas. Os Conselheiros, com razão, pedem que a Finep tenha uma marca de atuação. E eu digo: nossa marca é a Nova Indústria Brasil, onde somos protagonistas, com o apontamento, por exemplo, de uma economia voltada à descarbonização”, disse Janaina Prevot, diretora de Administração da Finep.
Os conselheiros parabenizaram a companhia pelos números concretos e horizonte promissor, além dos 40% de mulheres em cargos de liderança (ação direta da política de equidade). Sinalizaram, ainda, a importância de que o volume de dados produzido pela Finep siga gerando políticas públicas assertivas, com amplo e perene apoio a todas as regiões e instituições e cooperação internacional.
“É fundamental que as empresas tenham desenvoltura sobre o que é inovação e como a Finep funciona. E as empresas que investem em PD&I precisam ser sempre prestigiadas. Inovação é o caminho do crescimento certo do Brasil e a Finep, como principal agente federal de fomento, pode - a partir de seus indicadores - influenciar ainda mais o mercado para onde o país deve ir”, disse Rosilda Prates, da P&D Brasil.
Silvio Bulhões, presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti) e Secretário de CT&I de Alagoas e Francilene Garcia, da SBPC, fecharam o evento apresentando detalhes do novíssimo Índice de Inovação Subnacional - radiografia depurada sobre o tema em todo o Brasil.
Depois das falas, aconteceu sessão de autógrafos do livro “Seca e Fogo – O alerta dos Biomas – Uma Contribuição à COP30”, de Celso Pansera, Ima Vieira, Luiz Davidovich e Fernando Peregrino.