Uma parceria bem-sucedida entre a empresa Selaz Indústria e Comércio de Aparelhos Biomecânicos Ltda e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) vai possibilitar o uso, no País, de fixadores externos robotizados para correções de deformidades complexas, reabilitações e reconstruções ósseas em geral. Registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o nome comercial Quartz Hexapod System SELAZ, o produto foi desenvolvido com tecnologia 100% nacional.
Financiado pela Finep – Inovação e Pesquisa, empresa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o projeto de cooperação ICT-Empresa foi aprovado na chamada pública 01-2015 – Viver sem Limite, com o valor total de R$ 4,7 milhões, sendo R$ 3,3 milhões em recursos não-reembolsáveis do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e R$ 1,4 milhão de contrapartida da Selaz.
Mais de 270 propostas foram apresentadas no Edital Viver sem Limites, o que gerou uma demanda de R$ 538 milhões. Desse total, 14 projetos, que somam R$ 24,4 milhões, foram selecionados. Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) de 11 estados diferentes foram contemplados na chamada pública, cujo objetivo foi apoiar projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação que promovessem independência, autonomia, inclusão social e melhoria da qualidade de vida para pessoas com deficiência, idosas e com mobilidade reduzida.
“Ao longo de sua história, a Finep/MCTI tem apoiado todo o ecossistema de inovação, com destaque para a Cooperação entre ICT´s e empresas, sempre voltadas para o desenvolvimento de soluções complexas de impacto social”, afirmou o diretor de Inovação em Exercício da Finep/MCTI , Adriano Latarulo. Para o executivo, esse apoio tem sido decisivo para transformar o conhecimento em riqueza. “Com recursos do FNDCT, a Finep/MCTI tem favorecido parcerias entre ICTs e empresas, com foco em geração de soluções que conciliem o interesse público e o privado”, disse.
O novo produto da Selaz beneficia médicos e pacientes que demandam procedimentos mais complexos de reconstrução óssea, através do uso de tecnologias que conferem maior segurança e eficácia no tratamento. “Após cinco anos de pesquisa e desenvolvimento nessa linha, chegamos a essa primeira versão do produto, que já permite ao cirurgião realizar o tratamento com auxílio de um software, desenvolvido ao longo do projeto, e que é mantido on-line, como um serviço WEB”, afirma o sócio-diretor da Selaz, engenheiro Diogo Lauda. Trata-se do primeiro produto totalmente nacional, com esse tipo de tecnologia. Segundo o executivo, no mundo todo, só foram encontradas oito empresas que comercializam produtos com tecnologia equivalente.
Segundo o sócio-diretor da Selaz, em decorrência da pandemia de Covid 19, ainda não foi possível tratar muitos casos no Brasil, visto que as cirurgias eletivas estão sendo postergadas de modo a garantir a segurança dos pacientes. “Ainda assim, o produto já foi empregado com sucesso em alguns tratamentos emergenciais, com o reestabelecimento total da funcionalidade de membros inferiores dos pacientes”, concluiu.