Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Finep e Firjan promovem debate sobre saneamento na sede da Federação
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 Dantas Firjan

Alberto Dantas, diretor de Inovação da Finep, fala na abertura do Workshop de Inovação para o Saneamento (fotos: João Luiz Ribeiro/Finep)

O saneamento básico é um direito essencial garantido pela Constituição. Porém, a universalização destes serviços ainda é um desafio para governos e empresas no país. Essa foi a tônica do Workshop de Inovação para o Saneamento, promovido pela Finep em parceria com a Firjan e que reuniu, no dia 12/9, na Casa Firjan, no Rio de Janeiro, especialistas dos setores acadêmico, governo e empresários para discutir os desafios e oportunidades de inovação no setor e de concessões público-privadas. “Hoje, 35 milhões de pessoas não têm água em suas residências e 40 milhões não têm acesso a saneamento básico; esse é o nosso País”, afirmou o diretor de Inovação da Finep, Alberto Dantas, que provocou os participantes a uma reflexão na abertura do evento. Segundo ele, é preciso proporcionar a queda desse índice e a Finep reúne os elementos necessários para alavancar o saneamento no Brasil.

Durante o evento, que teve como objetivo criar uma pauta de prioridades e fortalecer investimentos em inovação para o saneamento em todo o Brasil, a Finep apresentou o resultado de uma pesquisa que ouviu as principais companhias de abastecimento de água e esgoto do País de todos os portes, públicas e privadas. Os principais desafios apontados pelos executivos passam pela redução de perdas, eficiência energética, eficiência operacional em campo, redução de custos e pela implementação de novos modelos de negócio.

Ao falar dos desafios e oportunidades de concessões público-privadas para garantir a disponibilidade de água no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil, o gerente de Infraestrutura da Firjan, William Figueiredo, apresentou números alarmantes. “No Estado do Rio de Janeiro, apenas 10% dos municípios, num total de 13, contam com serviços de concessão de água e esgoto; seis não dispõem de dados de abastecimento de água e 20 não têm dados de coleta de esgoto. O levantamento realizado pela Firjan aponta para 21 oportunidades de concessões para abastecimento de água e tratamento de esgoto no estado, que podem gerar investimentos da ordem de R$ 7,6 bilhões. No Brasil, o desafio é ainda maior: de um total de 5.570 municípios, 3.134 não apresentam dados na área de saneamento, o que resulta em 2.436 oportunidades de investimento.

O superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas - ANA, Sergio Ayrimoraes, chamou a atenção para a necessidade de desenvolvimento de sistemas integrados de saneamento para algumas regiões do País, especialmente do semiárido. Swgundo ele, 5% da população brasileira já vive em cidades que dependem desses sistemas mais complexos. “Cerca de 30% das cidades do País não têm sequer uma estação de tratamento de esgoto”, afirmou Ayrimoraes, que também defendeu a construção de um marco de regulação para o Brasil. “Precisamos regular os estoques para garantir eficiência no abastecimento de água”, disse.

Luciana Capanema, diretora do Departamento de Financiamento de Projetos do Ministério do Desenvolvimento Regional, listou algumas áreas que podem gerar desenvolvimento tecnológico para o setor: monitoramento e controle de redução e perdas; tecnologias para reuso e captação e águas da chuva (prédios inteligentes); soluções para a redução do consumo doméstico, utilização de resíduos sólidos urbanos para geração de energia, entre outros. “Mas para inovar, a indústria precisa de recursos para minimizar as incertezas”, alertou.

O superintendente da Área de Inovação 2 da Finep, Maurício Syrio (foto abaixo), apresentou as possibilidades de financiamento ao setor por parte da Finep e citou alguns exemplos de projetos inovadores apoiados pela Agência no setor de saneamento. Só com a Sabesp, a Finep tem quatro projetos contratados, no valor total de R$ 60,3 milhões. Para Cristina Zuffo, da Sabesp, o saneamento no Brasil está deficitário sim, mas não podemos desmontar o que temos e que funciona bem e com boa governança.

Mauricio Syrio Firjan