Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Nobel de Física visita Finep para discutir estratégias para a indústria do grafeno
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novoselov e general

O presidente da Finep General Waldemar Barroso e o Nobel de Física Konstantin Novoselov

 

Nesta sexta (6/9), a Finep recebeu a visita dos professores Konstantin Novoselov e Antônio Castro Neto para discutir estratégias de desenvolvimento da indústria do grafeno no Brasil. O russo-britânico Novoselov ganhou o prêmio Nobel de Física de 2010 pelo trabalho que levou ao isolamento do material, e Castro Neto é o atual diretor do Centro Avançado de Materiais 2D da Universidade Nacional de Cingapura, onde o professor Novoselov leciona. O Centro foi fundado em 2010 e seu objetivo é a concepção, caracterização e desenvolvimento de tecnologias baseadas em cristais 2D, como o grafeno.

 

Reunião de trabalho com equipe da Finep

 

A visita ao Brasil acontece por conta da conferência Graphene Brazil 2019, que acontece nos dias 9 e 10 de setembro no Rio de Janeiro. Os professores aproveitaram a agenda para visitar diversas instituições, além de terem sido recebidos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes.

O grafeno é um material novo e, segundo Castro Neto, um desafio mundial é torná-lo mais conhecido na indústria e no mercado, para que suas diversas possibilidades possam ser mais exploradas. Do setor biomédico ao militar, passando por tecidos inteligentes e gerenciamento térmico de dispositivos, os usos são múltiplos. O grafeno é mais resistente que o aço, porém leve e flexível. “Queremos educar a indústria sobre o tema, temos investido nisso há alguns anos por meio de seminários, conferências e projetos cooperativos. Ainda falta mais conexão entre a produção de conhecimento científico e o mercado”, disse Novoselov.

No caso brasileiro, a recomendação dos professores é que primeiro a situação nacional seja analisada e sistematizada em profundidade por meio da construção de um roadmap para a produção e uso do grafeno aqui. “É daí que surgirão os caminhos e a clareza sobre o que precisa ser apoiado”, disse Castro Neto. Eles sugerem que, com o roadmap, sejam identificados os três setores industriais mais promissores no contexto brasileiro e, a partir daí, a Finep e o governo poderiam criar políticas de apoio bem focadas e efetivas. Para eles, ouvir as necessidades concretas da indústria é fundamental. “Também é importante desenvolver primeiro o mercado local antes de pensar em internacionalização”, acrescentou Novoselov.