A Cipher, empresa da carteira do Fundo Ória Tech 1, do qual a Finep é uma dos principais cotistas (com 17,14% de participação), acaba de ser desinvestida, após amplo sucesso do aporte. Ela desenvolve serviços de gerenciamento e monitoramento de segurança e compliance, bem como soluções complementares, tais como: solução automatizada de identificação do cenário de vulnerabilidades; análise profunda da ameaça após um ataque; monitoramento de ataques internos e externos.
A empresa foi o penúltimo investimento do Fundo, que adquiriu posição minoritária por R$ 20 milhões em julho de 2015. Parte do investimento foi utilizado para aquisição de uma empresa focada em soluções de cibersegurança para pequenas e médias empresas, que deu origem a uma nova empresa, a Blockbit. Desta forma, o Fundo passou a ter duas empresas investidas derivadas do mesmo investimento e a Cipher passou a atender todos os portes de empresas.
Líder no mercado brasileiro de cibersegurança para grandes empresas, com atuação sólida de mais de 15 anos e presença internacional nos mercados americano e europeu, a Cipher atende mais de 300 clientes de grande porte em serviços financeiros, energia, tecnologia – mídia – telecom, varejo, saúde entre outros setores. Monitora mais de 1 bilhão de eventos de cibersegurança diariamente e possui 101 funcionários, sendo que 45 dedicados exclusivamente a Serviços Gerenciados de Segurança (destes, 38 alocados no Brasil e 7 nos Estados Unidos). “A Cipher é hoje um dos principais formadores de profissionais de cibersegurança no país”, afirma a Analista Ana Paula Wiemer da Finep, responsável pelo acompanhamento do Fundo Ória Tech.
Aumento de faturamento
Após o investimento do fundo na empresa, o faturamento da Cipher saiu de R$ 55,5 milhões em 2015, para R$ 95,5 milhões em 2018, culminando na criação de cerca de 120 empregos diretos (considerando Cipher e Blockbit). No mesmo período, foram pagos mais de R$ 50 milhões em impostos diretos ou indiretos, e a companhia passou de uma base de menos de 100, para mais de 1.000 clientes, já considerando a operação da Blockbit.
A Cipher foi adquirida pela Prosegur, empresa de capital aberto listada na Bolsa de Madrid, líder global no mercado de segurança, que atua nas seguintes áreas: monitoramento de alarmes, guarda tripulada, guarda corporativa, cibersegurança, e na gestão de numerário e logística de valores. Possui mais de 175 mil funcionários no mundo, presença global em 24 países e apresentou lucro líquido de 220 milhões de Euros, em 2017. O investimento tem apontado ao fundo um retorno de 19% de TIR com a venda da Cipher em combinação com a avaliação de mercado da Blockbit (que permanece como empresa investida).
Para o gerente de Investimento em Fundos e Participações, Dalmo Moreira Junior, investimentos em cibersegurança são estratégicos para o país, principalmente se levarmos em conta que estamos na lista dos mais vulneráveis a ciberataques. Segundo informações do 4º Relatório de Segurança Digital no Brasil, elaborado pelo DFNDR Lab, laboratório da PSafe (startup brasileira especializada no desenvolvimento de aplicados de segurança e avaliada em R$ 1 bilhão), o número de ataques cibernéticos praticamente dobrou no país em 2018.