Uma pesquisa recente realizada pelo Sistema Firjan com empresas do estado do Rio de Janeiro apontou que aquelas que utilizam capital misto (público e privado) no desenvolvimento dos seus projetos de inovação inovam mais do que as que utilizam apenas capital público. Das empresas que recorreram a capital misto, 61% inovaram, percentual que caiu para 45,2% quando foi empregado apenas capital público.
O levantamento indicou que, quando os empresários investem as contrapartidas financeiras e econômicas no projeto de inovação, o retorno e a efetividade no empreendimento são maiores. Essa é a tendência vista nas economias mais competitivas do mundo. Do total investido em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) pelos Estados Unidos em 2013, 60,85% vieram de empresas privadas, enquanto apenas 27,75% foram aplicados pelo governo. Na Alemanha, o percentual é semelhante: 65,44% (privado) e 29,10% (público). Já no Brasil, o cenário se inverte: 57,70% (público) contra 40,35% (privado)*.
Ao todo, foram ouvidas na pesquisa 72 empresas do estado do Rio de Janeiro que tiveram projetos aprovados nas agências de fomento Finep, BNDES, Faperj e AgeRio no período de 2010 a 2014. A fonte de captação de recursos mais citada pelas instituições foi a Faperj (77,8%), seguida da Finep (19,4%) e BNDES (2,8%) – as empresas que obtiveram recursos na AgeRio não fizeram parte dos respondentes. Quando empregada, a principal fonte do recurso privado foi o capital da própria empresa – nenhuma das companhias pesquisadas utilizou crowdfunding (financiamento coletivo) ou private equity (fundos que aportam recursos em empresas bem desenvolvidas, em processo de consolidação de mercado), por exemplo.
Pontos de melhoria
O estudo também expôs os principais obstáculos mencionados pelas empresas no processo de captação de recursos junto às agências. O maior gargalo registrado foi o recebimento dos recursos devido ao atraso na liberação das parcelas. Na fase de submissão, os principais entraves foram a obtenção da documentação exigida e o prazo para receber a notícia que o projeto foi aprovado. A crise econômica vigente foi a principal queixa na fase de execução dos projetos devido à queda nas vendas e à inflação. Já na fase de prestação de contas, a falta de orientação do órgão de fomento foi o principal contratempo encontrado.
*http://data.uis.unesco.org/
Com informações da Firjan