(Da esq. para a direita) Jerson Lime Silva (Faperj), Antonio Carlos de Carvalho (IBCCF), Luiz Davidovich (ABC) e Wanderley de Souza (Finep) - Fotos: João Luiz Ribeiro/Finep
O Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), da UFRJ, realizou uma mesa-redonda, no dia 1/7, em homenagem ao centenário da Academia Brasileira de Ciências e ao professor Jacob Palis, ex-presidente da ABC. O presidente da Finep, Wanderley de Souza - também pesquisador do IBCCF - foi um dos convidados, junto com representantes da Capes, CNPq, Embrapii, Faperj e UFRJ, entre outros.
“É simbólico e emocionante que este evento seja realizado nesta universidade, onde sou professor, e que é a alma mater de Jacob Palis. A Finep e as instituições de fomento aqui presentes fazem parte de uma forte corrente que tem um papel fundamental de apoio às universidades e institutos de pesquisa no Brasil”, afirmou Wanderley em sua fala. A Finep passou a integrar o quadro de Membros Institucionais da ABC em 2015.
Segundo Wanderley, o apoio à infraestrutura de centros de ciência, tecnologia e inovação é uma missão histórica da Finep. “Cerca de 80% dos centros de C,T&I brasileiros contam com recursos da Finep, notadamente nos últimos 20 anos. Nosso desafio, hoje, é lutar para reforçar o volume de investimento para essa área, que tem sido contingenciado”, disse.
O reitor da UFRJ, Roberto Leher, lembrou-se da importância da ABC para sedimentar as regras e normas das políticas da ciência brasileira, além do vigor que as instituições públicas significam para “a indução real de ciência e tecnologia, que ainda é tímida no setor privado”, segundo Leher.
Para o vice-presidente do CNPq, Marcelo Morales, é importantíssimo que entidades como CNPq, Finep e universidades estejam unidas “de modo a construir um ambiente favorável para se manter tudo o que já foi construído na área de C,T&I, que são eixos estruturantes do desenvolvimento econômico e social. Aproximadamente 20% das patentes depositadas no Brasil provêm de universidades, um número relativamente maior do que nos EUA, onde o máximo de participação universitária em patentes é de 4%”. Morales citou exemplos de países como China, Índia, Rússia e EUA, que, em momentos de crise, têm a tradição de anunciar investimentos ainda maiores no setor. “Qualquer retrocesso na gestão de C,T&I vai impedir o avanço que conseguimos conquistar nas últimas décadas”, afirma.
“A ABC vive há cem anos, testemunhando diversas crises, guerras, e mudanças de humores. Isso demostra sua pujança e é, sem dúvida, uma afirmação de muita força. É inegável reconhecer o avanço da ciência brasileira nesse período, mesmo com todos os revezes”, falou o atual presidente da Academia, Luiz Davidovich.
O encontro contou, ainda, com apresentações do diretor do IBCCF, Celso Caruso Neves, do professor titular do IBCCF, Antonio Carlos Campos de Carvalho - que mediou a mesa-redonda -, do diretor de Planejamento e Gestão da Embrapii, Jose Luís Gordon, e do diretor científico da Faperj, Jerson Lima Silva. Ao final da cerimônia, foi descerrada uma placa comemorativa no anfiteatro do IBCCF, por Jacob Palis e Luiz Davidovich.
Jacob Palis e Luiz Davidovich descerraram a placa comemorativa.
A ABC
Originada nas dependências da Escola Politécnica, a ABC foi fundada em 03 de maio de 1916, na cidade do Rio de Janeiro, então capital da república, integrando docentes e pesquisadores de instituições científicas, como o Museu Nacional, o Observatório Nacional, o Serviço Geológico e Mineralógico e o Instituto de Medicina Experimental de Manguinhos, atual Instituto Oswaldo Cruz.
Desde então, a ABC protagonizou iniciativas importantes na luta pelo desenvolvimento científico, tecnológico e pela inovação, oferecendo subsídios para o estabelecimento de políticas públicas de interesse estratégico para o país, assim como teve participação decisiva na criação da SBPC, do CNPq e da Finep, dentre outras.