Cerca de 200 pesquisadores suecos e brasileiros discutiram temas de colaboração
entre os países (Foto: Haydée Vieira - CCS/Capes)
O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Jailson de Andrade, reforçou a importância da cooperação bilateral no Seminário de Excelência Brasil-Suécia, ocorrido em Brasília na semana passada, na sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em Brasília (DF). O presidente da Finep, Wanderley de Souza, participou do evento.
Em maio de 2013, a Finep e a agência de inovação da Suécia, Vinnova, assinaram um acordo de cooperação com objetivo de consolidar parcerias para promover o intercâmbio de experiências, o desenvolvimento de planos de ação e o financiamento de projetos e atividades em áreas de interesse mútuo entre os dois países.
Na visão de Jailson, o seminário representou uma oportunidade para se discutir desafios e possibilidades para o futuro da cooperação entre as nações. "A Suécia é considerada uma sociedade do conhecimento e um dos países mais inovadores do mundo. Já o Brasil tem a quinta maior população do planeta e hoje pode contar com um amplo e dinâmico sistema de produção científica", disse, na abertura do evento.
O secretário reconheceu "o papel da capacidade de inovar na geração de empregos, no crescimento econômico e na criação de soluções para desafios em energia, água, alimentação e saúde, áreas que requerem envolvimento global e coletivo". Nos dois dias do seminário, cerca de 200 pesquisadores brasileiros e suecos debateram temas como educação inclusiva, nanotecnologia e desenvolvimento sustentável.
Participaram da organização do seminário, além do MCTIC, o Fórum Sueco de Colaboração Acadêmica (SACF, na sigla em inglês), a Capes, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTIC) e o Ministério da Educação e Cultura (MEC). Formado por seis universidades suecas líderes em pesquisa, o SACF promove encontros sobre educação superior em países como China, Coreia do Sul, Indonésia e Singapura.
Debate
Ainda na abertura do seminário, o presidente da Capes, Carlos Nobre, ressaltou o progresso recente do Brasil em ciência e pós-graduação, "embora ainda precisemos avançar no número de doutores em relação à população, para chegarmos ao patamar de sociedade do conhecimento".
Nobre informou que o programa Ciência sem Fronteiras (CsF) enviou 547 estudantes brasileiros para a Suécia. "Esperamos aumentar esse número como consequência desse encontro", afirmou. "Hoje, o Brasil é o 13º colocado no ranking da produção científica mundial e queremos atrair mais pesquisadores para continuar o processo de internacionalização da nossa educação superior. Já temos alguns programas de pós-graduação com aulas em inglês", completou.
Para o presidente do CNPq, Hernan Chaimovich, o impacto de publicações conjuntas costuma ser maior do que artigos desenvolvidos somente por pesquisadores de um país. "Quando duas culturas pensam juntas sobre um mesmo problema, a capacidade de se apresentar soluções se multiplica", comentou. "Em 2015, tivemos mais de 600 artigos conjuntos. Devemos nos empenhar agora para que as relações pessoais entre grupos de cientistas sejam institucionalizadas e, assim, a cooperação chegue a outro patamar."
Suecos
O embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, destacou a presença de cientistas no seminário. "Temos uma delegação proeminente, com mais de cem pesquisadores suecos de ponta. E o mesmo podemos dizer do lado brasileiro", observou. "Esperamos criar redes e compartilhar ideias."
Chefe da delegação sueca, a reitora da Universidade de Linköping, Helen Dannetun, lembrou que o país nórdico investe 1,9% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em educação e possui 48 instituições de ensino superior – 11 delas entre as 500 melhores do mundo, de acordo com o ranking de Xangai.
Desde 2011, os dois países mantêm o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (Cisb), em São Bernardo do Campo (SP), a fim de identificar, desenvolver e apoiar projetos de alta tecnologia, em áreas como aeronáutica, cidades do futuro, defesa e segurança, energia sustentável e transporte. O modelo operacional é inspirado em parques tecnológicos suecos.
(Com informações do MCTIC e Capes)