Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Finep apoia projeto de energia solar fotovoltaica
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Mais de 80% da energia consumida no Brasil é proveniente de fontes renováveis, principalmente do sistema hidroelétrico. Apesar de termos uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta, somos extremamente dependentes das hidrelétricas. As oscilações do reservatório destas, no entanto, indicam que a geração de energia do País precisa ser mais variada. Pensando nisso, pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) há 10 anos se dedicam ao desenvolvimento de placas de captação de energia solar. O projeto recebeu cerca de R$ 6 milhões em investimentos por meio de uma parceria entre Finep, Petrobras, Eletrosul e Companhia Nacional de Energia Elétrica (CNEE).

Os módulos, formados por 36 células solares, captam a luz solar e a transformam em energia elétrica. A energia solar fotovoltaica é a forma de produção de energia elétrica que menos afeta o meio ambiente. Além da vantagem ambiental, a tecnologia pode ser utilizada em locais remotos, sem acesso à rede de eletricidade, de maneira simples e com baixo custo. O esforço produziu placas mais eficientes que a média mundial e a custos menores. A célula nacional converte 15,4% da energia solar em elétrica, enquanto a média mundial é de 14%. As melhores placas comercializadas do mundo atingem o patamar de 16%. O objetivo dos pesquisadores é comercializar esse tipo de energia por todo o País com materiais oriundos do mercado nacional.

Segundo Adriano Moehlecke, um dos responsáveis pela pesquisa, o setor está crescendo a passos largos: “A indústria de módulos fotovoltaicos cresce a uma média de 80% ao ano no mundo”. Ele explica que a energia gerada a cada dois anos é equivalente à metade da geração da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Apesar do crescimento, ele aponta que a maioria das aplicações do Brasil ainda é muito tímida. Para que as placas sejam produzidas em larga escala, seria necessário maior investimento por parte do Governo e da iniciativa privada.

Um dos fatores que pode explicar a falta de interesse em relação à energia solar é o preço, ainda muito mais alto do que as outras opções. “Mas este valor está caindo ano a ano”, indica Moehlecke.  Se essa tendência continuar, essa energia tem tudo para crescer no Brasil. Conforme dados do relatório "Um Banho de Sol para o Brasil" do Instituto Vitae Civilis, o País, por sua localização e extensão territorial, recebe energia solar da ordem de 1013 mega Watt hora (MWh) anuais. Esse número corresponde a cerca de 50 mil vezes o consumo brasileiro anual de eletricidade. O Nordeste é a região de maior radiação solar, com média anual comparável às melhores regiões do mundo, como a cidade de Dongola, no deserto do Sudão, e a região de Dagget, no Deserto de Mojave, nos EUA.