
O clima foi de euforia e motivos não faltaram: a Finep celebrou, na noite desta terça-feira, 2/12, os avanços conquistados ao longo de 2025. Do resultado da carteira de crédito – que mais uma vez alcançou recorde – à atuação expandida para quase todos os estados brasileiros, passando pela retomada do Prêmio Finep de Inovação, pela participação na COP30, e por iniciativas internas para o fortalecimento de sistemas operacionais, quase todas as conquistas foram relembradas pela diretoria em apresentação às equipes da Finep e colaboradores, reunidos em cerimônia no Centro do Rio de Janeiro.
Para o presidente Luiz Antônio Elias, as conquistas do ano são resultado de uma agenda estruturante, definida a partir da transição do governo, em 2023. “Esta casa (a Finep) estava ameaçada, quando fomos à presidência defender o descontingenciamento e uma proposição política de incentivo à inovação. E fomos atendidos”, lembrou.
O presidente da Finep comentou sobre a autorização para acesso ao superávit do FNDTC, a partir de projeto de lei estruturado pelo senador Jaques Wagner, a decisão do STF pela constitucionalidade da ampliação da cobrança da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), as parcerias firmadas com IPEA, Sudam, Caixa Econômica e “todo um conjunto de instituições que reforçam o nosso papel, junto à sociedade”, e a participação da Finep na COP30, que resultou em um documento apresentado a autoridades e proposições refletidas no acordo final da conferência – o Pacote de Belém. Destacou ainda o êxito da Finep na descentralização de recursos e ampliação da presença regional. “A dimensão regional foi colocada como missão estratégica da Finep para a correção de assimetrias”, disse.
Diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Carlos Aragão falou sobre o volume de trabalho das equipes da Finep em 2025: mais de 400 projetos serão analisados até o fim do ano – 20% a mais que em 2024, quando já foi grande a demanda. “Foram sete chamadas públicas finalizadas e algumas que já inseridas nas linhas de investimento aprovadas pelo FNDCT para novos programas estratégicos, como o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial e o programa SOS Clima Brasil, de monitoramento e enfrentamento de desastres climáticos”. Ao todo, as chamadas totalizaram cerca de R$ 2,5 bilhões. “Isso dá a ideia do esforço feito para avaliar os contratos”.
Em alinhamento à Nova Indústria Brasil, a Finep já fez investimentos da ordem de R$ 35 bilhões, comentou o diretor de Inovação, Elias Ramos. Segundo ele, com um processo de capitalização, a Finep poderá dobrar o seu tamanho e “fazer três anos em um”. O diretor focou sua apresentação nos desafios futuros da agência e na importância da Finep para a política de desenvolvimento do Brasil. “Teremos que fazer um planejamento estratégico muito robusto visando entregas concretas para o país”.
Para dar suporte às equipes, a Finep tem feito um trabalho “silencioso” de fortalecimento de políticas internas, disse a diretora de Administração, Janaína Prevot. Ela citou o processo de automação e uso de inteligência artificial, a parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA)/USP, o Programa IDEIA (Igualdade, Diversidade, Equidade, Inclusão e Acessibilidade), que foi semifinalista do Prêmio Espírito Público (PEP), do Instituto República.org, e o Programa de Formação de Lideranças. Prevot foi aplaudida ao anunciar que a Finep alcançou a meta de ter 40% das posições de liderança ocupadas por mulheres.
O diretor financeiro, de Crédito e Captação, Márcio Stefanni, fez menções a conquistas da Finep no ano – maior carteira de crédito da história, retomada dos investimentos em Fundos de Investimento em Participações (FIPs), menor índice de inadimplência – para reforçar o compromisso que a empresa tem com o país. “O dono da Finep é o povo brasileiro. Nós temos cargos, somos respeitados, temos uma missão, que está sendo cumprida. Temos que continuar engajados e comprometidos com o Brasil”, afirmou.
Também presente na celebração, o secretário-executivo do MCTI, Luis Fernandes, reforçou o papel da Finep e o que chama de “momento histórico” para a agência: “às vezes, naturalizamos as conquistas, não conseguimos assimilar a grandeza do que estamos fazendo. A Finep seria liquidada e, em cinco anos, sobretudo nos últimos três anos, reerguemos essa empresa. A Finep promove conhecimento e constrói soberania. Os desafios serão maiores e venceremos como temos vencido”, enfatizou.
A diretoria não poupou agradecimentos a todas as equipes da Finep pelo empenho, reconhecido como contribuição significativa para que a ciência, a tecnologia e a inovação continuem em pleno desenvolvimento no Brasil.






