Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Finep assina contrato de R$ 30 mi para desenvolvimento de tecnologias do Microrreator Nuclear, revolução da energia limpa
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Com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, do presidente interino da Finep, Elias Ramos, dentre outras autoridades, MCTI e Finep assinaram contrato de financiamento no valor de R$ 30 milhões (Subvenção Econômica, com contrapartida de R$ 20 mi) para desenvolvimento do Microrreator Nuclear Brasileiro. O evento aconteceu na terça (17/6), na sede do ministério, em Brasília (DF). Confira matéria do Valor Econômico sobre o projeto.

Avanço em miniaturização com capacidades que variam de alguns kilowatts a dezenas de megawatts, são projetados para aplicações muito específicas, como o fornecimento de energia para comunidades isoladas, indústrias, minas, instalações de pesquisa e até mesmo para impulsionar a infraestrutura de carregamento de veículos elétricos em áreas remotas.

Sua pequena pegada de carbono, alta segurança e facilidade de transporte os tornam ideais para cenários onde a conectividade à rede elétrica é limitada ou inexistente. Trata-se de uma inovação radical para o Brasil e o mundo, e o primeiro desenvolvimento brasileiro no tema. A tecnologia ainda não está disponível comercialmente em nível mundial e a expectativa é de que demorem pelo menos mais dois anos para que se tornem comerciais

O projeto foi aprovado com nota máxima e envolve três empresas, sendo proponente a DIAMANTE GERAÇÃO DE ENERGIA, com duas Coexecutoras a INB – INDÚSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL, responsável pela prospecção, mineração e por todas as etapas de fabricação do combustível nuclear das Usinas Angra 1 e Angra 2; e a TERMINUS PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM ENERGIA, uma Startup que desenvolveu os estudos e a modelagem.

Nova era energética

Os Microrretores Nucleares (MRN) e os Small Modular Reactors (SMRs) são os desenvolvimentos mais promissores na área nuclear. Essa nova geração de reatores, com projetos menores e mais flexíveis, promete revolucionar a forma como este tipo de energia é implantada e utilizada.

Sabe-se que 68% dos municípios brasileiros possuem menos de 20 mil habitantes, cerca de 30 milhões de habitantes no total. Uma combinação de microrreatores nucleares poderia, por exemplo, abastecer essas localidades de forma segura, sem a necessidade de linhas de transmissão. Eles também podem operar em sincronia com outras fontes renováveis, em micro redes, estabilizando o fornecimento de energia elétrica.

Uma das principais vantagens da energia nuclear reside na não emissão de gases de efeito estufa durante a operação. Ao contrário da queima de combustíveis fósseis, que libera grandes quantidades de dióxido de carbono e outros poluentes atmosféricos, as usinas nucleares produzem eletricidade através da fissão de átomos, sem emitir gases que contribuem para o aquecimento global e as mudanças climáticas. Isso a torna uma peça fundamental para o cumprimento de metas de descarbonização e para a melhoria da qualidade do ar.

ICTS envolvidas e estratégia de Pesquisa e Desenvolvimento

O projeto conta ainda com a participação de nove ICTs – Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação, sendo quatro Universidades e cinco Institutos de Pesquisas. São elas: Universidade Federal do Ceará - UFC, Universidade Federal do ABC - UFABC, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Diretoria de Desenvolvimento Nuclear da Marinha - DDNM, Amazônia Azul Tecnologias de Defesa - AMAZUL, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN/CNEN, Instituto de Engenharia Nuclear – IEN/CNEN e o Instituto Nacional de Telecomunicações - INATEL.

A ideia é construir, no IEN/CNEN, um pequeno reator, de potência muito baixa, o suficiente para sustentar a reação nuclear em cadeia, de forma controlada, da ordem de 100 W. Nesse pequeno reator, também chamado de Unidade Crítica – UCri, será possível aferir parâmetros neutrônicos importantes e validar modelos teóricos.

Na UCri, será, ainda, verificado o funcionamento dos diversos sistemas do reator e a realização de experimentos para analisar o comportamento do reator em diferentes condições, incluindo simulações de falhas, com aprimoramento dos sistemas de segurança. A UCri oferece um ambiente controlado e seguro para pesquisa, desenvolvimento, testes e treinamento. Permite também a experimentação e a coleta de dados essenciais para o projeto, operação e segurança de reatores nucleares de maior potência.

Da mesma forma, serão construídas bancadas experimentais termo hidráulicas e termomecânicas para estudos de transferência de calor de efeitos separados usando tubos de calor (heat pipes) e estudos de transferência de calor de efeitos integrados para análise do comportamento dos materiais e componentes no interior do núcleo do reator.