Durante o evento, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Rogério Marinho
fizeram o plantio simbólico de mudas de ipê-roxo (Foto: Marcos Corrêa/PR)
O Governo Federal vai promover, em parceria com a iniciativa privada, ações de revitalização das principais bacias hidrográficas do País. Nesta segunda-feira (22), em solenidade no Palácio do Planalto em comemoração ao Dia Mundial da Água, 10 empresas anunciaram que irão aportar recursos em projetos selecionados pelo Programa Águas Brasileiras, iniciativa interministerial coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Estiveram presentes ao anúncio o presidente Jair Bolsonaro e os ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina; do Meio Ambiente, Ricardo Salles; da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes; das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; e da Controladoria-Geral da União, Wagner do Rosário.
Durante o anúncio, o presidente Jair Bolsonaro ressaltou a importância da parceria com a iniciativa privada. "Não existe segurança alimentar sem recursos hídricos. Não basta querer plantar ou criar. É preciso preservar para que não nos falte. Este projeto, que vem casado com o Congresso Nacional, é muito bem-vindo. Temos vários empresários dispostos a participar. Obrigado por acreditarem no Brasil e no nosso governo", destacou.
No total, 26 propostas foram selecionadas por meio de edital realizado pelo Programa Águas Brasileiras. As iniciativas contemplam mais de 250 municípios de 10 estados e visam a recuperação de áreas degradadas, a proteção de nascentes, o uso sustentável dos recursos naturais e a melhoria da disponibilidade de água em quantidade e qualidade para os usos múltiplos. Uma das metas do programa é o plantio de 100 milhões de árvores ao longo das principais bacias hidrográficas do país.
"Preservar as nossas bacias hidrográficas é nosso dever. É um compromisso com o futuro e um olhar para o presente. Sem água, não há País que prospere e tenha autonomia. Estas empresas que estão aderindo têm responsabilidade social e dão um recado ao Brasil e ao mundo", destacou Rogério Marinho. "Este é o maior presente que podemos dar ao Brasil", completou.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, exaltou a atuação conjunta dos ministérios. "O maior problema ambiental está nas cidades, sem saneamento básico para mais de 100 milhões de pessoas. É por isso que temos trabalhado nessa parceria. Esse programa demonstra a sinergia dos diversos órgãos para resolver a questão do abastecimento hídrico", avaliou.
Já a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, ressaltou a importância de ações como o Programa Águas Brasileiras para o Brasil continuar se desenvolvendo, especialmente por meio da parceria com as empresas. "O produtor rural tem uma relação importante com a água, este insumo essencial para o desenvolvimento da produção vegetal e para a alimentação dos animais, além da sua própria sobrevivência. É no campo que se dá o milagre da produção e da preservação da água", analisou.
Por sua vez, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, anunciou uma nova linha de crédito de R$ 500 milhões, por meio da empresa pública Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para o desenvolvimento de tecnologias de redução de resíduos sólidos e tratamento das águas. "Água potável é um dos nossos grandes desafios para o planeta e é importante que tomemos muito cuidado com esse recurso natural. Queremos contribuir por meio da ciência, da inovação, para a preservação nos nossos recursos naturais", reforçou.
Empresas parceiras
No evento, 10 empresas formalizaram adesão ao Programa Águas Brasileiras. São elas: Anglo American, Rumo Logística, Ambev, MRV Engenharia, Stone, Vale S.A, Engie Brasil, Bradesco, Caixa e JBS. De acordo com o ministro Rogério Marinho, outras 15 empresas estão em processo de adesão.
O diretor-presidente da Ambev, Jean Jereissati, destacou a razão que fez com que a empresa formalizasse o compromisso de patrocinar ações de revitalização de bacias. "A Água é um bem precioso, sem ela não há vida, não há futuro. Estamos trabalhando nessa área reduzindo a utilização de água na produção de cerveja e reflorestando mais de 2 milhões de árvores nas nascentes dos rios", disse.
Já o diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade da MRV Engenharia, Rafael Lafetá, exaltou a participação da população nos projetos selecionados pelo Governo Federal. "É a comunidade quem vai fazer a diferença. Eles vão trabalhar em prol da preservação dos nossos rios, possibilitando o desenvolvimento de todo o Brasil", destacou.
Selo Aliança pelas Águas Brasileiras
Durante o evento, as empresas participantes receberam o Selo Aliança pelas Águas Brasileiras, que simboliza a atuação dos parceiros na proteção das águas do País. Na estampa está o pato-mergulhão – embaixador das águas brasileiras e uma das aves mais ameaçadas de extinção das Américas, que vive e se reproduz apenas em rios e cursos d'água extremamente limpos. A ave é considerada um bioindicador ambiental, pois onde é encontrada, há certeza de qualidade dos mananciais e da preservação. Atualmente, estima-se que a população da ave é de apenas 250 indivíduos, localizados principalmente nas bacias hidrográficas do São Francisco, Tocantins e Paraná.
Outras companhias interessadas em conhecer melhor as iniciativas podem procurar diretamente a Assessoria Especial do MDR, por meio do e-mail assessoriaespecial@mdr.gov.br, para agendar uma apresentação. Desde dezembro, o MDR vem apresentando o Programa Águas Brasileiras com o objetivo de mobilizar e engajar as empresas que têm compromissos com a agenda da sustentabilidade, possibilitando que elas possam agregar valor às suas atividades por meio do apoio a práticas sustentáveis em prol da proteção das águas brasileiras.
As ações do Programa contemplam os seguintes eixos temáticos: manejo florestal sustentável; proteção e recuperação de áreas de preservação permanente, prioritariamente de nascentes, e de áreas de recarga de aquíferos; implantação de sistemas agroflorestais; contenção de processos erosivos; soluções sustentáveis de saneamento no meio rural e reuso de água no meio urbano; técnicas de engenharia natural para infiltração da água com comprovados benefícios ambientais; ações que levem à redução da criticidade hídrica; e economia circular da água.
Entre as vantagens para as empresas que financiarem os projetos estão: inclusão de elementos ASG (ambiental, social e governança corporativa) na cultura organizacional e no seu posicionamento no mercado; geração de valor pela transição para uma atuação resiliente; agregação de valor às cadeias produtivas por meio de práticas sustentáveis; adaptação dos modelos de negócio à economia de baixo carbono; e possibilidade de certificação e comercialização de créditos de carbono decorrentes dos projetos de revitalização, permitindo a redução ou mitigação das emissões de carbono das empresas, no âmbito do mercado voluntário.
(Informações: Ministério do Desenvolvimento Regional e Agência Brasil)