A Novetech, empresa sediada na Paraíba, acaba de lançar o aplicativo Monitora Covid-19, desenvolvido para gerar informações instantâneas sobre sintomas da doença e condições de saúde da população. O projeto tem apoio da Finep, via edital do Programa Tecnova Fapesq-PB.
O Monitora Covid-19 possibilita o registro de informações de pessoas com suspeita de ter contraído o vírus por meio da ferramenta que o usuário baixa em seu celular, viabilizando o atendimento remoto, além do monitoramento e acompanhamento dos pacientes. Está disponível gratuitamente para todos os estados brasileiros pela AppleStore e GooglePlay.
A Novetech é uma empresa de TI paraibana com foco na área de saúde pública. Atualmente, está presente com soluções em oito estados da federação (RJ, SP, MG, BA, PB, PE, RN e PI). O direcionamento da empresa para as soluções voltadas para a saúde pública vem desde 2014, quando teve um de seus projetos - o Atendsaude -, selecionado no edital do Programa Tecnova, uma iniciativa conjunta da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq-PB) e da Finep para incentivar projetos de base tecnológica.
Com base na trajetória de desenvolvimento de soluções voltadas para a saúde, a empresa formulou o novo app. A ferramenta permite o relacionamento entre profissionais de saúde e pessoas em tratamento domiciliar, para garantir que o cidadão tome a decisão correta de procurar ou não o serviço de saúde.
Através de um questionário diário, o usuário informa ao serviço de saúde qual sua condição de saúde e sintoma gripal. "É um pré-atendimento a um contato telefônico, de áudio ou de vídeo via plataforma, de um profissional médico", observa Antônio Carlos da Silva, diretor comercial da Novetech.
Como funciona
O aplicativo requer um cadastro com informações gerais sobre o usuário, como dados pessoais, e um questionário sobre as condições de saúde. O questionário deve ser respondido diariamente ou no caso de aparecimento de sintomas ao longo do dia. Essas informações georreferenciadas classificam as pessoas pelo risco e em cada situação sintomática o aplicativo dispara uma mensagem automática; dependendo de suspeita da Covid-19, um profissional de saúde entra em contato (nesse caso, o governo local deverá ter constituído uma equipe médica para o teleatendimento).
A plataforma que recebe essas informações faz um mapa de calor de sintomas do paciente. "Com esse aplicativo o serviço público de saúde vai conseguir saber onde, dentro de uma determinada cidade ou estado, estão acontecendo mais surtos de sintomas gripais. Onde houver mais surtos, mais sintomas, há mais probabilidade de ter Covid", explica Antônio Carlos. Os estados estão usando esses dados para bloquear cidades, bairros e disponibilizar exames de forma mais eficiente. "Consegue-se ser mais eficiente no isolamento social propriamente dito", diz.
Comitê Científico do Nordeste recomenda
O Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Consórcio Nordeste (C4NE) orienta a adesão do Monitora Covid-19 pelos gestores dos estados brasileiros e pela população. Os governos estaduais e municipais podem – ou não – formar uma rede de profissionais de saúde para atendimento por telefone. O aplicativo permite a interação online ou pelo telefone entre os pacientes e os médicos.
Contudo, mesmo sem essa equipe, pelos sintomas o aplicativo indica ao paciente qual atitude tomar, se é o caso de sair para buscar uma unidade de saúde. Além disso, o app revela por mapa as unidades de saúde mais próximas e disponibiliza um guia para o tratamento em casa.
"O Monitora Covid-19 é uma ferramenta que poderá auxiliar, além da população em geral, os gestores brasileiros a encontrarem o coronavírus onde ele nos ataca, nos ambientes onde as pessoas circulam, nas residências", informa Miguel Nicolelis, coordenador do C4NE.
Os dados informados pelo aplicativo são analisados e tratados por especialistas dos subcomitês do C4NE. Com base nesses resultados, o C4NE emite boletins com recomendações aos gestores e à população para maior efetividade ao combate ao novo coronavírus.
Não é exigência que haja o serviço de teleatendimento médico para implementar o aplicativo. Pode-se usufruir das demais funções e contribuir com a geração de informações sobre a doença. "Toda ajuda é bem-vinda nesta guerra", explica Nicolelis.
(Com informações de:Fapesq-PB e SECT-PB)