Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Finep, MCTIC e Prefeitura de SP lançam o Programa Empreendedoras Digitais
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Ministro do MCTIC, Astronauta Marcos Pontes, prefeito de SP, Bruno Covas,
e presidente da Finep, General Waldemar Barroso


O Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje (8/3) marca o lançamento do Programa Empreendedoras Digitais, uma iniciativa conjunta do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e Finep - Financiadora de Inovação e Pesquisa -, em parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo e execução da Softex e Ade Sampa.

O Programa Empreendedoras Digitais visa promover o protagonismo feminino por meio da capacitação e do desenvolvimento de empresas de base tecnológica. Seu objetivo é capacitar 300 mulheres e gerar 30 startups que serão acompanhadas em um processo de pré-aceleração a ser realizado na capital paulista.

A solenidade de assinatura do acordo contou com as presenças do Ministro do MCTIC, astronauta Marcos Pontes; do presidente da Finep, General Waldemar Barroso; do prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas; da Secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de SP, Aline Cardoso; do presidente da Ade Sampa, Frederico Celentano; e do Presidente e Vice-Presidente da Softex, Ruben Delgado e Diônes Lima, respectivamente.

Para o ministro Marcos Pontes, o acordo comprova a prioridade conferida pela pasta ao empreendedorismo, lembrando a importância da mulher nesse processo e de como sua mãe foi fundamental no apoio ao seu sonho de ser piloto e de posteriormente enfrentar o desafio de se tornar o primeiro astronauta do hemisfério Sul. "Ele me garantiu que eu poderia ser o que eu quisesse desde que me esforçasse, me dedicasse e superasse o que os outros esperavam de mim".

"A despeito do amplo reconhecimento da relevância da diversidade, a presença de mulheres em posições de liderança, especialmente no ambiente de startup, ainda é pouco significativa. Soma-se a menor presença de mulheres em posições de liderança, o fato de empreendedoras atraírem menos capital de risco para financiarem o crescimento de seus negócios. Para minimizar estas distorções, o Programa Empreendedoras Digitais irá oferecer orientação customizada para empreendedoras. Dessa forma, esperamos ampliar suas chances de sucesso", destaca o General Waldemar Barroso, Presidente da Finep.

Já o prefeito Bruno Covas destacou o objetivo de se promover o crescimento de uma forma socialmente justa. "É exatamente o que estamos fazendo aqui hoje no Dia Internacional da Mulher, trata-se de um programa específico para empoderá-las fomentando startups que sejam femininas. Então, essa parceria entre o Ministério e a Prefeitura é importantíssima pra que a gente possa chegar nesse denominador comum que é desenvolver essa economia, mas acima de tudo com mais mulheres participando delas", disse o prefeito Bruno Covas.

"Cerca de 20% da força de trabalho do mercado formal de tecnologia da informação é de mulheres, e nós queremos ampliar as oportunidades para este público e para as outras áreas tecnológicas", detalha Paulo Alvim, Secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTIC.

A escolha da cidade de São Paulo se deve ao fato de a capital paulista ter sido apontada pela Women Entrepreneur Cities Index (WE-Cities) como um dos 25 melhores locais do mundo para as empreendedoras. "O prefeito Bruno Covas tem desenvolvido ações que proporcionam um ambiente mais propício para o protagonismo feminino. Em São Paulo as microempreendedoras já são 45% do total e além dos programas de apoio às mulheres contamos com diversas ações durante o mês de março voltado especialmente a elas como o Insperifa, o Fábrica de Negócio Mais Mulheres, o Hackatona, entre outros. O projeto Empreendedoras Digitais com Ministério, Finep, Softex e Ade Sampa só reforça a vocação de São Paulo para o empreendedorismo digital feminino", disse Aline Cardoso, secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo.

Os resultados do estudo "Mulheres na TI – Atuação da mulher no mercado de trabalho formal brasileiro em Tecnologia da Informação" realizado pela área de Inteligência Softex com o apoio da Secretaria de Empreendedorismo do MCTIC, colaboraram para o desenvolvimento de um programa focado exclusivamente na capacitação e no estímulo ao aumento da participação feminina no mercado de trabalho no setor de TI.

"A caracterização da força de trabalho e a identificação da evolução de tendências são ferramentas importantes para subsidiar políticas públicas capazes de reduzir brechas salariais e aumentar a participação da mulher no mercado de trabalho de TI. Esse programa é um instrumento que busca potencializar a força feminina para promover importantes transformações em nossa sociedade e na economia por meio do empoderamento, mobilização, educação e investimento", destaca Ruben Delgado, presidente da Softex.

Mulheres na TI
Utilizando os dados disponíveis na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), o levantamento da área de Inteligência da Softex, realizado com o apoio da Secretaria de Empreendedorismo do MCTIC, apurou no período de 2007 a 2017 a evolução da participação por gênero, a diferença da remuneração entre homens e mulheres, a ocupação de cargos, a valorização por regiões e a escolaridade.

Os resultados evidenciam que a mulher vem perdendo participação neste setor. Em 2007, elas ocupavam 24% dos postos de trabalho no Core TI* (setores econômicos tipicamente de TI) e os homens 76%. Embora a quantidade de mulheres tenha praticamente dobrado de 2007 para 2017 (21.253 para 40.492), a quantidade de homens aumentou 144% (67.106 para 163.685). Nesse período de dez anos, a participação da mulher no mercado de trabalho no Core TI diminuiu de 24% para cerca de 20%.

No mercado de trabalho no TI In-House**, a trajetória é similar ao comportamento do Core TI. Embora a quantidade de mulheres tenha aumentado 29% (47.454 para 61.420), as vagas entre os homens cresceram mais rapidamente, em 60%, passando de 155.558 para 249.008. Nesse cenário, as mulheres tiveram sua participação reduzida de 23% em 2007 para 20% em 2017.

Quanto à remuneração por gênero, os dados permitem observar que, de maneira geral, tanto em 2007 quanto em 2017 a média entre os homens é superior à média entre as mulheres no grupo Core TI. Se em 2007 os homens ganhavam 5,34% mais, em 2017 essa diferença mais que dobrou, passando para 11,05% e ocorre em todas as ocupações.

Uma das razões que podem explicar o aumento da diferença salarial no período é a queda da participação das mulheres em cargos diretivos e gerenciais, os quais passaram a ser mais ocupados por homens proporcionalmente. E, de fato, há maior predominância de homens entre os engenheiros (87,4%) e nos cargos diretivos (87,1%) onde os salários são mais altos.
No Core TI, observa-se que o Norte é a região do país onde as mulheres têm proporcionalmente mais anos de formação, sendo que 72% delas têm ensino superior, mestrado ou doutorado. Entre os homens, esse percentual é de 61%.

Assim, embora de maneira geral os homens ganhem mais que as mulheres e os cargos com maiores salários sejam mais ocupados proporcionalmente pelos homens, a pesquisa sugere que a formação e a maior escolaridade podem ser peças-chaves para a superação das diferenças por gênero.

Todos esses dados evidenciam que as mulheres vêm perdendo participação no setor de TI nos últimos anos e pela média ganham menos que os homens, mas os casos em que a média da remuneração feminina supera a dos homens aponta caminhos para o desenvolvimento de políticas públicas. Daí a necessidade da promoção e fomento à participação feminina no mercado de trabalho formal e de políticas que impulsionem sua capacitação. Estes podem ser vetores potenciais para a superação dessas diferenças salariais realizadas em associação a outras políticas de valorização da mulher no mercado de trabalho.

(* Core TI - Desenvolvimento de programas de computador sob encomenda; desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis e não-customizáveis; consultoria em TI; suporte técnico, manutenção e outros serviços em TI; tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação
* TI In-House - Outros setores que não aqueles considerados tipicamente de TI)