Cerca de 70% dos alimentos produzidos no Brasil são cultivados por 5,1 milhões de pequenos agricultores. Muitas vezes, a logística de distribuição é um problema, com muitos intermediários até se chegar aos consumidores. Para facilitar essa e outras questões foi criada a Sumá, uma solução tecnológica que possibilita a desintermediação do processo.
Nesse sentido, a proposta de valor da Sumá - nome da Deusa tupi-guarani da agricultura - se concentra no encurtamento da cadeia entre o agricultor e o comprador, ao conectá-los diretamente por meio de uma plataforma web e mobile.
A Sumá atua na capacitação do agricultor familiar, alinhando-o às exigências dos compradores regulares de alimentos (hotéis, restaurantes e cozinhas industriais, entre outros). Além disso, contribui com informações reais do campo para que o comprador elabore seus cardápios de acordo com a produção local e a sazonalidade dos produtos. É, portanto, um sistema de qualificação da agricultura familiar para acesso a mercados com curadoria para os compradores. Assista a um vídeo com detalhes sobre a plataforma.
Impacto Social
“A empresa é caracterizada como um negócio de impacto, ou seja, um empreendimento que tem a missão explícita de gerar impacto social ao mesmo tempo em que gera resultado financeiro positivo”, explica Alexandre Leripio, Engenheiro Agrônomo, o sócio diretor da empresa. Em 2018, a Sumá foi vencedora da etapa latino-americana do MIT Inclusive Innovation Challenge, iniciativa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts para premiar negócios que utilizam a tecnologia para melhorar oportunidades de trabalho.
Para utilização da plataforma, agricultores familiares e cooperativas pagam uma assinatura mensal de R$ 49,90, apenas após terem alcançado um ticket de vendas de R$ 2 mil por mês pelo aplicativo. Os compradores privados, a cada compra efetuada, são cobrados 15% de taxa de serviço do Sumá.
Inteligência Artificial
Hoje, a plataforma, baseada em Santa Catarina, conta com mais de 2 mil agricultores familiares e 200 compradores cadastrados. Segundo o gerente Departamento de Empreendedorismo e Investimento em Startups da Finep, Felipe Gelelete, “com apoio do programa Finep Startup, a empresa irá investir no aperfeiçoamento de inteligência artificial, com uso de chatbots, e de agrodata analytics”. Trata-se da coleta e análise de dados de comercializações efetuadas por região, além da verificação dos padrões de produção para a construção de um mapa da disponibilidade de produtos, sazonalidade, preços e variáveis que influenciam no mercado da produção familiar territorial.
Com a utilização dessa tecnologia, a empresa poderá, com mais precisão, apontar preços médios praticados pelo sistema convencional - uma das referências para formação de preço da Sumá -, bem como permitir a previsibilidade de demanda para alinhamento da produção de alimentos em um determinado território. Esses dados permitem ao agricultor, por exemplo, comprovar receitas passadas e eventualmente futuras, contribuindo para requerer financiamentos de forma mais facilitada.
Finep Startup
A segunda rodada do edital de 2018 do programa Finep Startup foi lançada em Janeiro de 2019, com limite de recursos totais de R$ 30 milhões para 30 Startups. O período para envio de propostas encerrará até o dia 28 de fevereiro. Veja mais detalhes.