Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Finep integra programa global que discute estado da arte no setor de óleo e gás
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Membros da GOT reuniram-se na Finep no dia 26/10. Em primeiro plano: Maurício Syrio (superintendente da Finep) e Jostein Dahl Karlsen (presidente da GOT)

 

O Brasil é o maior produtor de petróleo da América Latina e o 10º maior do mundo. Apesar da posição relevante, os números não refletem todo o potencial do país. Um dos gatilhos para aumentar a produtividade e a sustentabilidade no setor passa por investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). E, em se tratando de óleo e gás, o discurso dos especialistas é uníssono: nada disso é possível sem colaboração entre os players e parcerias internacionais.

Para aumentar a inserção do Brasil nas principais discussões globais em torno do estado da arte dessa indústria, a Finep tornou-se membro, no dia 24 de outubro, da Gas & Oil Technologies Collaboration Initiative (GOT), programa da Agência Internacional de Energia que visa identificar e desenvolver, de forma colaborativa, tecnologias sustentáveis e inovadoras para o setor de petróleo e gás. “Será cada vez mais difícil encontrar novos poços. Por isso, é importante expandir a fronteira tecnológica e aumentar a produtividade das reservas existentes”, afirmou Márcio Girão, diretor de Inovação da Finep. “A GOT estimula discussões de alto nível e a interação entre os principais atores globais da cadeia de óleo e gás”, completou o representante da financiadora no Comitê Executivo do programa.

A entrada da Finep na GOT deve ampliar o networking entre agentes do Brasil e dos países-membros (Noruega, Holanda, Austrália, Suíça, Estados Unidos e União Europeia). “Vamos compartilhar nossa expertise em inovação e mapear as lacunas a serem preenchidas para que o Brasil se mantenha competitivo no setor”, explica Maurício Syrio, superintendente da Área de Inovação em Indústria, Engenharia e Serviços. A unidade é responsável pelos projetos de petróleo e gás da financiadora, que representam cerca de 10% da carteira da empresa.

A adesão ao programa está alinhada à estratégia da financiadora de ampliar, nos últimos anos, acordos de cooperação com agências de pesquisa e inovação de outros países. No fim de 2015, a Finep e o Research Council of Norway (RCN) lançaram um edital conjunto para apoiar a parceria entre empresas e instituições de pesquisa do Brasil e da Noruega na indústria de petróleo e gás. Ambas as instituições vão investir R$ 5 milhões cada em quatro projetos selecionados. Além do RCN, a Finep firmou acordos bilaterais com Vinnova (Suécia), Centro para el Desarrollo Tecnológico Industrial (Espanha), Innovate UK (Reino Unido), Tekes (Finlândia), Innovation Norway (Noruega), entre outros.

Competitividade da tecnologia para águas profundas

Como parte das atividades da GOT, a Finep sediou, no dia 27 de outubro, o Workshop “Competitiveness of Deepwater Technology”. O evento contou com a participação de importantes players do setor, como Petrobras, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Statoil, Total, Schlumberger, BHGE e Electrical Subsea & Drilling.

Hoje, há mais de 400 campos em operação no Brasil e 95 empresas atuando no setor de exploração e produção, segundo dados da ANP. Somente no pré-sal, mais de 1,5 milhão de barris são retirados diariamente, o que corresponde a mais da metade da produção nacional. De acordo com Pedro Alem, gerente executivo de Política Industrial do IBP, o Brasil – responsável por 9% da produção offshore de petróleo no mundo – tem condições de dobrar a produção nacional e concorrer com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). “Precisamos olhar para o futuro. Como vamos manter a competitividade das atividades em águas profundas? A saída passa por investimentos em inovação tecnológica”, acredita Alem.

Para reduzir custos de manutenção, controlar remotamente operações, aumentar a produtividade e a segurança do trabalho, muitas empresas de petróleo e gás vêm investindo em ferramentas da Indústria 4.0, como Big Data, processamento em nuvem, simulação, virtualização e realidade aumentada. Uma das principais tecnologias apresentadas no Workshop foi o Topsides 4.0, um conjunto de soluções para digitalização de Unidades Flutuantes de Produção, Armazenamento e Transferência (da sigla em inglês FPSO). A solução desenvolvida pela Siemens simula e testa os componentes da plataforma virtualmente, o que reduz o tempo entre a concepção do projeto e o início da operação.