O presidente da Finep, Marcos Cintra, disse nesta quarta-feira (31) que o principal gargalo do Brasil na área de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) é fazer com que os investimentos da iniciativa privada acompanhem o desembolso de recursos do setor público para acelerar a inovação no país. A declaração foi feita durante o Fórum de Investimentos Brasil 2017.
"Hoje, dois terços do investimento vêm do Estado. O Brasil gasta 1,27% do PIB em P&D, a maior proporção da América Latina. Nós temos que estimular o investimento privado, além de aproximar o meio acadêmico do capital para viabilizar mais pesquisas", afirmou.
Cintra participou da mesa redonda "Inovação e Tecnologia", mediada pelo jornalista polonês Jan Piotrowski, chefe da sucursal da revista inglesa The Economist em São Paulo. Também formaram a mesa Pedro Passos (cofundador da Natura), Gilberto Peralta (CEO da GE Brasil), Rafael Paniagua (CEO da ABB Brasil) e Pedro Wongstchowski (presidente do IEDI).
Segundo o presidente da Finep, o Brasil tem uma estrutura robusta de pesquisa – são mais de cinco mil equipamentos laboratoriais no país – e hoje é o 13º país que mais produz conhecimento científico. "No entanto, somos apenas o 69ª no ranking de inovação", disse.
Gilberto Peralta, CEO da GE Brasil, disse que a multinacional está fazendo a sua parte. "Iniciamos um programa de repatriação de cérebros que trouxe de volta ao Brasil 70 de seus melhores pesquisadores", afirmou. Ele cobrou, ainda, que o país tenha mais celeridade na concessão de patentes para proteger o conhecimento desenvolvido no âmbito das empresas.
O Fórum de investimentos Brasil teve como objetivo fomentar novos negócios e oportunidades de investimentos no país. Por dois dias, o evento reuniu em São Paulo lideranças políticas e empresariais, além de acadêmicos e jornalistas.