Diretor de inovação da Finep, Márcio Girão (Foto: João Luiz Ribeiro/Finep)
O diretor de inovação da Finep, Márcio Girão, participou na quinta-feira (27) do painel “Competitiveness of Deepwater Technology” (A Competitividade da Tecnologia em Águas Profundas), um dos eventos especiais daRio Oil & Gas 2016. A palestra, ao lado de autoridades como Ingvil Tybring-Gjdde, Secretária de Estado do Ministério de Energia e Petróleo da Noruega, foi organizada pelo IEA Gas & Oil Technology (GOT), em parceria com a Finep, e ocorreu na chamada Arena Tecnologia.
O presidente da GOT, Jostein Dahl Karlsen, abriu a série de apresentações, que contou com a presença de representantes da Petrobras, ANP (Agência Nacional do Petróleo) e IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Para Márcio Girão, a Finep deve ser a grande mediadora entre os ambientes empresarial e acadêmico, ajudando a alavancar os investimentos privados em inovação.
“Precisamos estimular a competitividade da nossa economia e abrirmos frentes para desenvolver uma cadeia de inciativas globais de inovação. Usar as possibilidades do Pré-sal neste sentido é algo fundamental”, explicou o executivo, destacando que o Brasil tem recursos para C,T&I, mas precisa transformar conhecimento em prática, sobretudo com o incremento dos setores de P&D das companhias.
De acordo com Girão, a Finep “vai fazer um road map (espécie de análise apurada) das empresas inovadoras brasileiras, seus temas, e quais setores vai ‘atacar’ com prioridade”. E ressaltou: “toda inovação tem fracassos, já que traz embutida a questão do risco. Temos de ter mecanismos para lidar com fracasso, para sabermos extrair lições e vitórias dele. Precisamos vencer as dificuldades dos marcos regulatórios e estimular a entrada do Brasil no ambiente colaborativo internacional de inovação. Como a indústria 4,0 vai afetar o petróleo neste momento disruptivo de máquinas que fazem máquinas e completa automação? Vamos trabalhar com este radar para respondermos na prática a este questionamento”, concluiu.
Finep na área de Petróleo e Gás
Desde 2011, a Finep construiu uma carteira de R$ 1,5 bi na cadeia de Petróleo e Gás. Recentemente, uma chamada pública voltada a ICTs aplicou R$ 160 milhões em projeto voltados à camada do Pré-sal. Ainda na quinta (27), a Finep apresentou oresultado preliminardos projetos passíveis de apoio no âmbito da chamada pública conjunta com o Conselho Norueguês de Pesquisa (RCN).
O edital é destinado a projetos de cooperação entre empresas e instituições do Brasil e da Noruega, prioritariamente de pequeno e médio porte, para desenvolvimento de tecnologias voltadas a atender às demandas da indústria de Petróleo e Gás.
Foram pré-selecionados cinco projetos das 16 propostas encaminhadas na segunda etapa do edital, contemplando todas as linhas temáticas oferecidas para apoio:
• Tecnologias Submarinas;
• Recuperação Avançada de Petróleo;
• Tecnologias Ambientais.
Os resultados dos projetos deverão promover o aprendizado e a transferência de tecnologia entre as empresas dos dois países. A Finep apoiará as empresas brasileiras, enquanto as norueguesas receberão apoio do RCN .
O RCN dará aporte sob a forma de recursos não reembolsáveis, no montante de NOK 10 milhões (hoje, cerca de R$ 3,8 milhões). Já a Finep, sob a forma de subvenção econômica, vai destinar montante total de R$ 5 milhões. O edital é a primeira cooperação internacional da financiadora a contar com essa modalidade.