Ministro do MCTI, Celso Pansera (à direita) entrega troféu a Evandro Francisco Gon, diretor da Embraco (Foto: Joaquim Soares/Finep)
O Sul foi o grande destaque da 17ª edição nacional do Prêmio Finep, o mais importante estímulo e reconhecimento à inovação no País. A região emplacou cinco entres os oito vencedores, sendo dois do Paraná, dois do Rio Grande do Sul e um de Santa Catarina. A cerimônia de entrega dos troféus foi realizada nesta sexta-feira, 11/12, na sede da Finep, no Rio de Janeiro. Veja a galeria de fotos na página da Finep no Facebook.
“O Prêmio Finep sinaliza a importância da ciência para o desenvolvimento produtivo”, disse Wanderley de Souza, presidente da Finep. A fala foi corroborada pelo ministro da Ciência, tecnologia e inovação, Celso Pansera, que destacou a necessidade de solução da crise política para a consequente retomada do crescimento: “a Finep é protagonista para a construção de um estado forte, pautado pela inovação. É preciso que o governo possa trabalhar para solucionar os efeitos do momento econômico adverso, algo que surgiu fora do Brasil. A tecnologia é um dos caminhos”, disse.
Luis Alberto Vieira de Carvalho, diretor da Wavetech (à esquerda) recebe prêmio do ministro Ricardo Berzoini, Ministro Chefe da Secretaria de Governo. (Foto: Joaquim Soares/Finep)
Ricardo Berzoini, ministro Chefe da Secretaria de Governo do Brasil, também presente è cerimônia, destacou que o Brasil precisa se livrar da dependência das commodities e seguir as ilhas de excelências nacionais que já existem. Além disso, citou o atual momento político do país: “vou sugerir ao Wanderley (presidente da Finep) para criar a categoria Tecnologia Política, de modo que solucionemos logo o impasse que atrapalha o país, e o Governo possa atuar na condução da retomada do crescimento”.
Roberto Alcântara, da Angelus, recebe o troféu das mãos do presidente da Finep, Wanderley de Souza. (Foto: João Luiz Ribeiro/Finep)
Vencedores
A catarinense Embraco e as paranaenses Angelus e Biodiversité foram as ganhadoras, respectivamente, nas categorias grande, média e pequena empresa. Líder mundial no mercado de compressores herméticos para refrigeração, a Embraco tem capacidade produtiva global de 37 milhões de compressores por ano; A Angelus desenvolve produtos na área odontológica e as exportações para 65 países crescem em média 30% ao ano; já a Biodiversité tem como diferencial a inovação sustentável em bioativos e nanotecnologia verde, focada nos biomas brasileiros.
O primeiro colocado na categoria inovação sustentável também vem do sul do Brasil. A gaúcha Artecola Química levou o prêmio graças ao conceito Ecofibra, uma linha de laminados termoplásticos de grande impacto sustentável, produzida com polímeros sintetizados a partir de recursos renováveis e fibras vegetais. O Laboratório de Metalurgia Física, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é o outro representante do estado. Vencedor na categoria ICT (Instituição de Ciência e Tecnologia), conta com uma estrutura própria atua no desenvolvimento de trabalhos científicos, através de serviços, projetos e pesquisas tecnológicas na área de engenharia.
Na categoria tecnologia social, a iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) América Latina, do Rio de Janeiro, levou o troféu graças a um remédio inovador no combate à Malária, denominado ASMQ. O antimalárico foi desenvolvido através de um consórcio, que contou com o trabalho de parceiros conectados, funcionando como um laboratório virtual. A DNDi é uma organização sem fins lucrativos e atuou em conjunto com institutos de pesquisa, programas nacionais de controle da malária, agências regulatórias, indústria farmacêutica e organismos internacionais.
Ainda do Sudeste, mais precisamente de São Paulo, vêm os dois outros vencedores. O dentista Fabiano Vieira Vilhena ficou em primeiro lugar na categoria inventor inovador com o Kit Escovinha, que utiliza o gel dental líquido, que permite aplicar, sem desperdícios, a dose correta, prevenindo as manchas nos dentes causadas pela ingestão crônica excessiva de flúor. Todo o material é embalado em uma caixa, que se transforma em jogo educativo, acompanhado de DVD e manual de instruções.
Os vencedores da 17ª edição (Foto: João Luiz Ribeiro/Finep)
E a vencedora na categoria tecnologia assistiva foi a Wavetek, empresa de alta tecnologia, spin-off de ex-alunos e professores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). O projeto apresentado foi um sistema específico para visão subnormal que funciona como uma lupa eletrônica.
Também participaram da premiação o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, e o presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Luiz Otávio Pimentel.
Sobre o Prêmio Finep
O Prêmio Finep foi criado em 1998 para reconhecer e divulgar esforços inovadores realizados por empresas, instituições sem fins lucrativos e pessoas físicas, desenvolvidos no Brasil e já inseridos no mercado interno ou externo, a fim de tornar o País competitivo e plenamente desenvolvido por meio da inovação.
No décimo sétimo ano de sua realização, o prêmio é uma iniciativa da Finep e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com parceria do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e o apoio de mais de trinta instituições regionais e nacionais, como Federações da Indústria, IEL, Sebrae, Secretarias Estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação, Parques Tecnológicos, Universidades e Institutos de Pesquisa.
Ao todo, 32 finalistas concorreram aos troféus em oito categorias: pequena empresa, média empresa e grande empresa, instituição de ciência e tecnologia, tecnologia social, inventor inovador, inovação sustentável e tecnologia assistiva.