Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Computador de alto desempenho deve beneficiar pesquisa oceanográfica no Brasil
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 supercomputador

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) adquiriu recentemente um computador de alto desempenho, que apoiará pesquisas nas áreas de física, geofísica, química, matemática, computação e oceanografia. Considerado uma máquina de High-Performance Computing (HPC), o SGI ICE X tem capacidade de ser expandido à medida que são adquiridos novos processadores, podendo chegar ao nível da supercomputação. A Finep custeou a compra do equipamento, orçado em R$ 1,78 milhão, por meio de um edital CT-Infra.

A máquina possui mais de mil processadores, organizados em 48 nós computacionais – cada um com duas CPUs de 12 processadores Intel Xeon 2,6 GHz, com 128 GB de memória RAM. Em termos práticos, um experimento realizado na área de oceanografia, que hoje leva um mês para ser concluído, poderá ser feito em três dias, por exemplo. É o que espera Clemente Tanajura, coordenador na UFBA da Rede de Modelagem e Observação Oceanográfica (REMO), da qual fazem parte, além da instituição baiana, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Petrobras e a Marinha do Brasil.

Para o pesquisador, o SGI ICE X beneficiará, principalmente, os estudos desenvolvidos pelo grupo, que atua num dos ramos da oceanografia pouco difundido no Brasil: a previsão numérica operacional de curto-prazo. Assim como a previsão numérica do tempo, feita com modelos baseados nas leis da física, a previsão oceânica também utiliza conjuntos de equações físico-matemáticas. “Na UFBA, damos ênfase aos métodos de assimilação de dados responsáveis pela geração da condição inicial do modelo previsor configurado para o Oceano Atlântico e regiões ao largo da costa do Brasil”, informa o pesquisador.

Além de gerar a condição dos modelos previsores, esses métodos também podem ser empregados na reconstrução de longas séries temporais do modelo para estudos climáticos. “Nesse ponto, a nova máquina deverá agilizar muito nosso trabalho, já que o número de experimentos voltados para aprimorar a assimilação poderá ser muito maior do que o empregado hoje. Otimizando a produção da melhor representação da circulação e do estado termohalino do Oceano Atlântico e, portanto, da condição inicial, poderemos melhorar a previsibilidade do modelo”, conclui Clemente.

Os produtos da REMO possuem diversas aplicações práticas, sendo utilizados em situações de busca e salvamento, segurança da navegação, exploração de petróleo, mitigação de impactos ambientais e turismo. A Marinha do Brasil e a Petrobras utilizam essas previsões em suas operações rotineiras.

O computador de alto desempenho deverá entrar em operação nos próximos meses. Para comportar a máquina e possíveis novas aquisições, serão feitas melhorias na rede elétrica da UFBA – o SGI ICE X, sozinho, consumirá 22 mil watts, o equivalente a 220 lâmpadas de cem watts. Sistema operacional, bibliotecas e organização de sistema de filas também serão instalados. A política de utilização do equipamento ainda não foi definida.