O projeto LiCoBat, da Biosys Ambiental, em conjunto com o Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, enfrenta o desafio de realizar a logística reversa de baterias íon-lítio no Brasil. O projeto tem como missão desenvolver a tecnologia e os processos industriais necessários para recuperar, principalmente, lítio (Li) e cobalto (Co) de eletrônicos descartados. Produto de colaboração tecnológica com a Universidade de Roma, na Itália, o projeto construiu uma planta piloto em escala pré-industrial para recuperar e encaminhar de forma segura os elementos químicos, mapeando o trajeto das baterias até os locais de descarte. Depois, via reciclagem, produzem novas baterias com menor custo.
No Brasil, estima-se que apenas 1% do total de baterias de celular tem seu destino conhecido, e, muitas vezes, ele é inadequado. Uma vez que o uso dos eletrônicos cresce cada vez mais e que carregam em si uma série de elementos químicos, é fundamental rastrear o caminho que percorrem. Desse modo, com o trabalho desenvolvido pelo projeto, será possível não só reduzir o impacto ambiental causado pelo descarte incorreto e a mineração convencional da matéria prima limitada, como também gerar empregos e renda para o país.
O presidente da Biosys Ambiental, Mario Guilherme Sebben, relata um importante passo desenvolvido no Brasil pela empresa e o CTI: um processo de pré-tratamento das baterias que previne a combustão durante a sua manipulação. Para testar a funcionalidade das tecnologias elaboradas, a planta piloto é essencial e, segundo Sebben, estará pronta a tempo da FITABES - Feira Internacional de Tecnologia de Saneamento Ambiental, no fim de maio. Durante a feira, o engenheiro planeja apresentar tudo que já fizeram e os resultados que obtiveram até o momento. “Os nossos próximos passos são testar a planta piloto de maneira mais permanente e, após isso, construir uma planta industrial de grande porte, capaz de produzir até 500 toneladas de bateria por ano (cerca de duas toneladas por dia). Nada disso seria possível sem o apoio da Finep e da Universidade de Roma”, ele acrescenta.
A Biosys é uma empresa gaúcha baseada na cidade de São Sebastião do Caí, voltada principalmente para o gerenciamento de resíduos industriais. Dentro do LiCoBat, ela é responsável por levantar informações sobre o trajeto dos resíduos de baterias no Brasil, manter o protótipo industrial funcionando e explorar as variadas tecnologias desenvolvidas no processo. Já o CTI Renato Archer, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), volta-se para o desenvolvimento da hidrometalurgia, dos estudos da logística reversa das baterias e da coordenação internacional do projeto.
O CTI Renato Archer e a Biosys Ambiental estarão no estande da Finep na Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental (FITABES), que acontece junto ao 32º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES). Para se inscrever no Congresso e/ou se cadastrar na Feira, acesse aqui.