“Hoje estamos devolvendo à sociedade a Coleção Portinari”. A frase é da diretora do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), Mônica Xexéo, e foi dita no dia 18/12, durante o lançamento, no Rio de Janeiro, do livro “Coleção Portinari Museu Nacional de Belas Artes”, que apresenta o atual acervo de obras de Cândido Portinari pertencente ao museu. Os presentes puderam adquirir o livro, de 256 páginas, por R$ 60 e R$ 80 (capa dura). Recentemente, a Finep doou um valioso acervo de 222 obras ao MNBA, que passou a ser a instituição cultural brasileira com maior número de obras de Portinari, somando 243 itens.
Com este aporte fundamental, o MNBA passou a ser o museu brasileiro com maior número de obras de Candido Portinari, somando 243 itens do artista nascido em Brodowski. O diretor de Inovação da Finep, Fernando Ribeiro, lembrou que a relação da financiadora com Portinari vem de longa data. A agência forneceu recursos para a realização de pesquisa completa do legado do pintor, que conta com mais de cinco mil obras, espalhadas pelo mundo inteiro. Como parte do pagamento de dívidas, o Projeto cedeu algumas obras de Portinari à Finep, que formalizou a doação total das peças ao museu o início do ano. "Ficamos orgulhosos de poder contribuir com a cultura brasileira”, afirmou Ribeiro.
João Candido, filho de Portinari, destacou que a capa do livro – obra Retrato de Maria, esposa do artista, de 1932 – “representa bem a história do pai”. Ainda durante o evento foi exibido um documentário sobre o artista, produzido pela Finep e que contou com a participação de nomes como imortal Ferreira Gullar e a artista plástica Anna Letycia. Ambos, inclusive, também contribuíram com o livro, com textos históricos e críticos.
O artista
Candido Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903, no interior do estado de São Paulo. Viveu sua infância na pequena cidade de Brodowski e, aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro. Sem curso primário completo, e à custa de muita obstinação e talento, tornou-se um dos mais famosos pintores das Américas. Com sua morte prematura, aos 58 anos, Portinari deixou um extraordinário legado de mais de cinco mil obras, entre murais, afrescos, pinturas, desenhos e gravuras que representam uma ampla síntese crítica de todos os aspectos da vida brasileira de seu tempo.