
A inovação tecnológica e o financiamento verde estão no centro das discussões que marcam a participação da Finep na COP30, em Belém (PA). A agência, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), esteve representada pelo presidente Luiz Antonio Elias, nesta quarta-feira (12), no painel “Contribuições da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia para a Agenda de Ação do Brasil”, realizado no Museu das Amazônias, em Belém (PA).
O evento foi organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) e integrou o Mutirão Global liderado pela Presidência da COP30. O objetivo foi traduzir o conhecimento científico e tecnológico da região em soluções concretas voltadas à implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Brasil (2025-2035) e dos compromissos assumidos no Acordo de Paris.
Mais de 79 instituições de ensino superior, ciência e tecnologia apresentaram propostas alinhadas à Agenda de Ação, que foram entregues ao Presidente da COP30 em agosto de 2025. Para dar visibilidade e aprofundar a discussão sobre todos esses pontos, o painel reuniu autoridades governamentais, representantes de instituições científicas, gestores públicos e organizações da sociedade civil.
O presidente da Finep, Luiz Antonio Elias, participou da mesa de abertura ao lado da diretora-executiva da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Vanessa Grazziotin; da reitora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Tanara Lauschner; do estudante e conselheiro do CDESS, Mateus Azevedo; e de outras lideranças da comunidade científica e acadêmica. A assessora da Finep, Ima Vieira, também acompanhou o encontro.
Em sua fala, o presidente da Finep destacou o papel estratégico da Amazônia na formulação de políticas públicas e na construção de uma nova agenda de desenvolvimento sustentável para o país. Segundo ele, a Finep atua como instituição de Estado comprometida com o fortalecimento da pesquisa e da inovação, apoiando projetos voltados à bioeconomia, sustentabilidade e transformação tecnológica.
“A ciência amazônica, apoiada por recursos adequados e integrada aos saberes locais, representa um diferencial estratégico para o Brasil e para o planeta”, afirmou o presidente.
Durante o painel, Vanessa Grazziotin, diretora-executiva da OTCA, ressaltou que, sem ciência, não há desenvolvimento possível na região, enfatizando o papel dos saberes tradicionais e da cooperação entre os países amazônicos. “Quando falamos em bioeconomia e sociobioeconomia, estamos falando de conhecimento. A grande riqueza da Amazônia só pode ser transformada com ciência, pesquisa e integração dos saberes dos povos da floresta”, disse.
A diretora também anunciou que a Comissão Especial de Ciência e Tecnologia da OTCA será reinstalada em dezembro, em Belém, reunindo ministros e representantes dos países amazônicos para ampliar a cooperação científica regional.
Inovação escalável e financiamento da bioindústria
Também na quarta-feira (12), a Finep participou de outros dois painéis que reuniram especialistas, gestores públicos e representantes de organismos internacionais para debater soluções de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Pela manhã, o superintendente da Área de Transição Energética e Infraestrutura da Finep, Newton Hamatsu, participou do painel “Implementation through Innovation: Scaling Technologies for a Resilient Planet”, promovido pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), na Blue Zone da conferência. O encontro reuniu representantes de organismos internacionais, agências de fomento e instituições de pesquisa e abordou o papel da inovação tecnológica como ferramenta para impulsionar a resiliência climática e o desenvolvimento sustentável.
Hamatsu destacou que a agenda climática ocupa posição central na atuação da Finep. Desde 2023, a financiadora já destinou mais de R$ 12 bilhões a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação voltados à mitigação de emissões e à transição energética — cerca de 27% de seus investimentos no período, um salto expressivo em relação ao ciclo anterior, cujo montante havia sido de R$ 1,9 bilhão. Entre os temas prioritários estão a descarbonização do transporte, os combustíveis sustentáveis, a geração e o armazenamento de energia, a bioeconomia e a economia circular.
À tarde, o superintendente participou do painel “Financiamento da Bioindústria: Mecanismos Inovadores para Acelerar a Transição Sustentável”, promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), na Green Zone da COP30. Durante o encontro, Newton Hamatsu apresentou as ações da Finep voltadas ao fortalecimento da bioindústria e da inovação na região amazônica, com investimentos que ultrapassam R$ 700 milhões desde 2023, em projetos de instituições de pesquisa, startups e empresas de diferentes portes.
“Há uma grande evolução no apoio à bioindústria e um foco claro na redução das assimetrias regionais. Considerando apenas o período de 2023 até agora, mais de 400 startups foram apoiados por programas como o Tecnova, o Centelha, o Inovacred e a subvenção econômica direta”, afirmou Hamatsu.
O superintendente também lembrou que, durante a COP30, foram anunciadas três novas chamadas públicas operadas pela Finep, incluindo o edital Pró-Amazônia, que destina R$ 150 milhões para infraestrutura de pesquisa na Amazônia Legal; o edital de fundos de investimento voltado a startups da bioeconomia; e a chamada de acervos científicos e culturais. “É uma grande satisfação poder apresentar na COP30 o que o Brasil vem realizando em inovação climática e bioindústria. A Finep tem sido protagonista no apoio a tecnologias limpas e na promoção de uma economia mais sustentável e inclusiva”, concluiu.
Agricultura sustentável
Como parte da agenda da Finep na COP 30, o presidente Luz Antonio Elias e a assessora da Finep Ima Vieira participaram, na terça-feira (11), da abertura da AgriZone, espaço da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na conferência internacional, em Belém (PA). A iniciativa tem como foco apresentar soluções tecnológicas e inovadoras voltadas à agricultura sustentável e ao enfrentamento das mudanças climáticas, reforçando o papel da ciência e da inovação no desenvolvimento verde. O espaço conta com diversas atividades, entre painéis, exposições, vitrines tecnológicas, sistemas de plantio e práticas de agricultura de baixo carbono.
Veja as fotos da COP 30 aqui e acompanhe a cobertura nas redes sociais da Finep.






