Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Finep realiza o 5º Seminário sobre Neoindustrialização sob o tema Minerais Estratégicos no contexto de um Projeto Nacional
fechar
Compartilhar

 oitavoseminario

A Finep realizou na terça-feira, 6/2, o 5º encontro “Neoindustrialização em novas bases apoio à Inovação nas empresas”, que integra a série de seminários, promovidos pela Finep, sob a coordenação do Chefe de Gabinete da Presidência, Fernando Peregrino, para gerar subsídios para a V CNCTI — Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que se realizará em junho de 2024.

Na pauta do quinto encontro, o tema Minerais Estratégicos no Contexto de um Projeto Nacional reuniu um time de especialistas. Participaram do painel: a Diretora de Administração da Finep, Janaína Prevot; o membro do Conselho de Administração da Cemig – Companhia Energética de Minas Gerais e da Copasa – Companhia de Saneamento de Minas Gerais,  Marco Antonio Castelo Branco; a diretora do CETEM — Centro de Tecnologia Mineral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Silvia França; o presidente das Câmaras de Comércio Brasil-Venezuela e da Federação das Câmaras de Comércio na América do Sul, Darc Costa; o professor da PUC-RS e presidente do Fórum Nacional de Secretários de C&T do Brasil, Adão Villaverde; o ex-diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil e representante do BNDES, Pedro Paulo Mesquita e o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores — ABISEMI para o setor de componentes elétricos e eletrônicos, Rogério Nunes.

O encontro contou, em sua abertura, com a participação online da Secretária-executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial — CNDI, Verena Hitner Barros e do Secretário Executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luis Fernandes.

Verena parabenizou a Finep, na pessoa de Fernando Peregrino, pela realização da série de encontros e ressaltou a importância, para o Brasil, de a Inovação ser, agora, reconhecida como pilar para o desenvolvimento da indústria, “um meio para o atingimento do destino onde se quer chegar”, resumiu. Segundo ela, cada vez mais a indústria necessita do conhecimento científico para o adensamento da cadeia produtiva e a garantia de direitos.

O Secretário Executivo do MCTI, Luis Fernandes, parabenizou Fernando Peregrino e a Finep pela organização da série de seminários que, segundo ele, “têm um papel central na sequência de debates e captam, de maneira plena e profunda, o sentido da 5ª Conferência e o seu objetivo de trazer, para a discussão, temas de fronteira para a formulação da nova estratégia nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação que estará fortemente vinculara à nova Política Industrial.”

O debate, promissor, levantou polêmicas e trouxe também concordância dos palestrantes quanto ao potencial do Brasil em termos de reservas dos minerais estratégicos e à capacidade para vencer os desafios tecnológicos, convergindo o patrimônio mineral natural para a indústria e o desenvolvimento.  As discordâncias ficaram por conta dos caminhos a serem tomados para tornar o projeto, prática.

Para Darc Costa é fundamental que o financiamento para a pesquisa e a produção de derivados dos minerais estratégicos seja conduzida por empresa nacional. “A atividade mineral deve ser reservada exclusivamente para o capital nacional e sua exploração, um grande erro que esse país cometeu foi acabar com a ideia da empresa nacional de capital nacional”, concluiu.

Os debatedores foram unânimes em afirmar que o país tem a capacidade de realizar as pesquisas e avançar no ranking dos países exportadores de derivados dos minerais, mas serão necessários grandes investimentos e a união de diversos atores, num plano conjunto. 

Adão Villaverde reforçou a tese. Segundo ele, em termos de potencial mineral, o Brasil está bem, mas é preciso ainda um esforço para que os projetos avancem. “Os investimentos necessários são grandes. Muitos desses projetos estão na nas mãos das famosas junior company. São empresas que não têm um grande balanço, capital para viabilizar a implantação desses projetos, então há uma escassez de financiamento importante.”

Marco Antonio Castello Branco apontou a necessidade de aproximar o mercado financeiro, o mercado de capitais, da mineração. Para ele deveriam existir mecanismos de isenção de imposto de renda, similares aos aplicados à renda imobiliária, à renda agrícola, à receita advinda dos minerais. “Por que não podemos ter isso? Por que as áreas burocrática e tecnocrata do Brasil não criam instrumentos de risco para o capital financeiro apostar dinheiro nesses setores?”, provocou.

Finalizando o encontro, o coordenador dos trabalhos, Fernando Peregrino, se disse satisfeito com o resultado dos debates, garantindo que os temas não se esgotam em si, tampouco em alguns dias de seminário. Para ele, todo o trabalho é um esforço contínuo da exploração de ideias e possibilidades.

“Eu acho que a maior virtude deste seminário é explorar as oportunidades que temos pela frente e divulgar todas as possibilidades de uma forma gradativa, como uma pedra atirada num lago, que vai ampliando sua esfera de influência, para que percorrer o Brasil inteiro. Foi o que nos inspirou a fazer essa decomposição do tema Neoindustrialização em subtemas. Fico muito feliz – mesmo com as polêmicas e por causa das polêmicas – com o que nós estabelecemos a cada encontro.