Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Finep quer contribuir para políticas tecnológicas e impulsionar Indústria 4.0 no Brasil
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Máquinas que se autoavaliam e informam quando precisam de reparo (manutenção preditiva); robôs twin controlados virtualmente a partir de imagens 3D. Essas foram apenas algumas das tecnologias vistas pelo diretor de Inovação da Finep, Márcio Girão, e pelo superintendente da Área de Inovação em Indústria, Engenharia e Serviços (AIES), Maurício Syrio, durante a Feira Hannover Messe, na Alemanha, realizada na última semana de abril. A Finep, representante do governo brasileiro no maior evento de tecnologia industrial do mundo, pretende apoiar iniciativas tecnológicas na área de manufatura avançada (Indústria 4.0) e estabelecer parcerias internacionais no setor.

“Presenciamos o estado da arte industrial e fizemos contato com empresas sobre seu interesse em atuar no Brasil, inclusive em colaboração com nossas empresas e ICTs. Esperamos desenvolver parcerias internacionais em breve”, destacou Girão, adiantando que agências do governo alemão já procuraram a Finep após a feira para discutir uma cooperação em clusters e projetos tecnológicos. “Isso gera sinergia. Queremos contribuir para as políticas tecnológicas do Brasil e impulsionar a Indústria 4.0 no País”, completou.

A Finep já faz parte de um grupo integrado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) que estuda a Indústria 4.0 e suas oportunidades no Brasil. Segundo o diretor de Inovação da financiadora, agora é preciso consolidar projetos específicos para o segmento que envolvam questões tributárias, subvenções, crédito e parcerias empresa-academia. “É uma área com altíssimo grau de inovação e fortes riscos envolvidos, principalmente no Brasil, onde os processos, que mal se iniciaram, têm de encarar um ambiente de forte competição internacional e alto grau de sofisticação tecnológica”.

Girão explicou que, apesar do marketing em torno do tema, a Indústria 4.0 é um projeto de dez anos. “Nem as principais fábricas alemãs já atingiram todos os requisitos necessários para serem enquadradas nessa categoria. O conceito de machine learning (aprendizagem automática das máquinas) ainda não foi posto em prática, por exemplo. O grau de disrupção da revolução tecnológica que está em curso é algo nunca visto pela humanidade”, esclareceu o diretor.

Para Maurício Syrio, embora o Brasil tenha um caminho mais longo na corrida tecnológica em relação aos países mais desenvolvidos, há fábricas nacionais com um nível de automação excelente. “Não precisamos comprar os equipamentos mais modernos do mundo nem trocar toda a linha de produção de nossas fábricas. Podemos adaptar as atuais e passar da indústria 2.0 para a 3.5, por exemplo, com a introdução de sensoriamento e virtualização dos equipamentos. O Brasil tem, sim, condições de entrar nessa competição”, concluiu Syrio.

Durante a viagem, os representantes da Finep visitaram ainda a Fábrica 4.0 da Siemens, a mais moderna da Alemanha, na cidade de Amberg. O país europeu é a principal referência mundial do setor de manufatura avançada ao lado dos Estados Unidos, China, Coreia do Sul e Japão.