Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Finep visita embarcação especializada para operar no Pré-Sal
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 oceanicaO Oceanicasub V, desenvolvido pela Oceânica (Foto: divulgação)

No dia 3/1, uma equipe da Finep visitou o Oceanicasub V, segundo de dois protótipos do projeto de desenvolvimento e construção de embarcação de apoio a intervenções submarinas (SDSV-Shallow Diving Support Vessel) financiado pela agência.

Estiveram presentes, pela Finep, o diretor de Inovação, Márcio Girão, acompanhado pelo superintendente da Área de Inovação em Indústria, Engenharia e Serviços, Mauricio Syrio, a gerente do Departamento de Petróleo, Mineração e Siderurgia, Cristiane Maria Abreu, e os analistas José Malcher e Denise Reigada.

O equipamento, concebido pela Oceânica Engenharia e Consultoria será utilizado em serviços de inspeção, manutenção e reparo de instalações subaquáticas no âmbito das atividades de exploração e produção de petróleo e gás do Pré-Sal.

"É uma satisfação observar, ao mesmo tempo, o reconhecimento explícito da diretoria da Oceânica ao papel fundamental da Finep na viabilização desse projeto, e o orgulho da equipe da financiadora por essa contribuição importante ao desenvolvimento tecnológico do País", afirmou Girão.

A Oceânica é uma empresa de capital nacional, de médio porte, que atua há quase 40 anos em operações de engenharia e intervenção submarinas e de manutenção offshore. Inicialmente, suas atividades se limitavam à atuação de mergulhadores que faziam serviços de inspeção e manutenção de instalações submarinas. À medida que as atividades de exploração e produção de petróleo foram indo para águas mais profundas e para áreas mais distantes da costa, suas atividades foram se sofisticando em correspondência a níveis cada vez mais rigorosos de proteção a saúde, ao ambiente e à segurança do trabalho (Safety Management System).

Inovação
O projeto da SDSV é inovador em termos mundiais, tanto no que se refere à prestação de serviços, às características de navegação e a seu processo de fabricação. Anteriormente, os serviços de mergulhos para inspeção ou reparos das instalações submarinas exigiam a colocação de contêineres instrumentados ou para hospedagem das equipes nas plataformas de petróleo. Isso implicava em altos custos de operação, exigindo em algumas situações, paradas nas atividades de exploração e produção.

A SDSV dispensa a colocação desses contêineres nas plataformas, funcionando como verdadeiro "ovo de Colombo", pois todos os equipamentos e serviços de hospedagem passaram a ficar na própria embarcação, diminuindo drasticamente os custos operacionais. Segundo André Arruda, diretor Administrativo-Financeiro da Oceânica, que conduziu a visita, a Petrobras estima uma redução em 70% das despesas com esses serviços, já que, "como são prestados com autonomia, tornam-se mais eficientes em tempo e custos de operação. Além disso, a embarcação pode se deslocar rapidamente de uma plataforma para outra, facilitando uma maior eficiência na programação dos serviços", diz o diretor.

Do ponto de vista da navegabilidade, a SDSV desenvolvida pela Oceânica tem características muito interessantes. A embarcação consegue ser mais leve, menor, mais ágil e mais segura que todos os barcos congêneres utilizados no mercado mundial, a maioria deles desenvolvidos a partir de adaptações e reformas de equipamentos pré-existentes.

A embarcação foi construída em alumínio, utilizando a experiência da empresa alemã Zeppelin, que dominou as tecnologias de construção de naves leves desde seus primeiros dirigíveis para navegação aérea, o que aumenta sua velocidade de deslocamento.

O barco conta com um sistema de posicionamento dinâmico classe 2, que permite que ele possa ficar estacionado em alto mar, sem ancoragem, com seus motores respondendo automaticamente a controles por satélite (GPS) , mesmo em condições adversas de ventos, correntes e ondas.

Financiamento
A Finep financiou - no valor de R$ 70,6 milhões - dois protótipos para garantir a replicabilidade da fabricação do equipamento, e foi possível constatar na visita que as duas embarcações são idênticas, sendo que a segunda foi construída em menos tempo e com novas soluções inovadoras. O primeiro protótipo foi concluído em outubro do ano passado, tendo sido homologado pela Petrobras e já está prestando serviços de manutenção às plataformas P-57 e P-58. O segundo foi concluído e se encontra atualmente fundeado no Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), para fins de realização de provas de mar e mergulho.