Seu navegador não suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Diretor da Finep ressalta importância de proteção de intangíveis
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 Elias Ramos REPICT

Elias Ramos, diretor de Inovação da Finep, participou do XVII Repict (Foto: Joaquim Soares/Finep)

 

Questões ligadas à propriedade intelectual e à comercialização de tecnologia como ativo de gestão da inovação foram discutidas durante o XVII Encontro da Rede de Propriedade Intelectual e Comercialização de Tecnologia - Repict, realizado no dia 1º de outubro, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O evento é uma iniciativa da Rede de Tecnologia & Inovação (Redetec) em parceria com a Finep, com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e com a Firjan.

Na abertura do evento, Elias Ramos, diretor de Inovação da Finep, ressaltou a importância do desenvolvimento e da proteção dos ativos intangíveis no País. “Essa é uma questão estratégica, capaz de colocar o Brasil numa posição mundialmente relevante como desenvolvedor de tecnologia”, disse Elias. Dentro desse contexto, o papel da financiadora seria criar ambientes favoráveis para a inserção dessas tecnologias no mercado.

O desafio da parceria universidade-indústria foi um dos assuntos tratados nesta edição. Jose Luis Solleiros, presidente da CamBioTec A.C., apresentou um breve panorama da experiência mexicana. “A maioria de nossas instituições de ensino está voltada para atividades acadêmicas tradicionais e descobrindo agora a importância da propriedade intelectual”, frisou. Na visão do especialista em Gestão da Tecnologia, faltam incentivos para que acadêmicos prestem serviços e transfiram tecnologias para empresas. “Na avaliação acadêmica de professores, o que importa mais: ter um artigo publicado na revista Nature ou resolver um problema de corrosão nas instalações submarinas mexicanas de petróleo? Sem dúvidas, um artigo na Nature”, criticou Solleiros.

Indústria de capital de risco e propriedade intelectual
A relação entre indústria do capital de risco e propriedade intelectual também foi abordada pelos palestrantes presentes na Firjan. Para Jorge Ávila, professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), só há capital de risco disponível para aquilo que é inovador. No entanto, para que o investimento seja concretizado, é preciso proteger a propriedade intelectual. “No capitalismo, não há a menor possibilidade de se investir naquilo que não gere nenhum tipo de apropriação líquida. E o reconhecimento da propriedade intelectual é o que tangibiliza o investimento em inovação”, acredita Ávila. O professor enfatizou que, em algumas situações, como a de startups de biotecnologia, é impossível que a indústria de capital de risco aporte recursos caso a propriedade intelectual tenha sido mal protegida ou negligenciada.

Repict
Apesar de ter origem no Rio, o Repict estendeu sua atuação a vários outros estados brasileiros, formando multiplicadores e consolidando a implantação de estruturas de apoio à proteção, valorização e comercialização da propriedade intelectual gerada no País - que hoje estão formalizadas através dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs). Além disso, o encontro estimula a criação de redes estaduais e regionais de propriedade intelectual.