Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Potencial brasileiro é foco de debate da Finep em Fórum de Investimentos
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Diretor Márcio Girão lembrou que financiadora reduziu recentemente suas taxas de juros (Foto: Divulgação/Apex-Brasil)


Se algum pessimista com o futuro do País assistiu ao debate “O Brasil como hub de inovação”, organizado pela Finep, nesta quarta-feira, 30/5, no último dia do Fórum de Investimentos Brasil, em São Paulo, deve ter mudado de opinião. Moderado pelo jornalista George Vidor (O Globo), o painel, realizado em parceria com a Apex-Brasil, reuniu atores importantes do ecossistema de inovação nacional e debateu a posição do País no cenário mundial.

Para o diretor de Planejamento e Gestão de Riscos da Finep, Márcio Girão, o Brasil precisa de inovação. “O investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) é fundamental para que produtos e serviços permaneçam competitivos”, afirmou Girão. Segundo ele, “empresas e empregos qualificados dependem diretamente de inovação”. Nesse sentido, o diretor da Finep lembrou que a financiadora reduziu recentemente suas taxas de juros para inovação, com o objetivo de aumentar a demanda por recursos para P&D no País.

A desburocratização das atividades de pesquisa e inovação no Brasil com o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, regulamentado no início do ano, também foi tema da fala de Márcio Girão. Com as novas regras, é possível integrar instituições científicas e tecnológicas (ICTs), além de incentivar investimentos em pesquisa. “Os pesquisadores agora podem trabalhar com empresas sem perder seus direitos acadêmicos, podem estabelecer uma empresa em um polo tecnológico e voltar para a universidade, em outro momento, sem perdas significativas”, ressaltou o diretor da Finep.

Márcia Nejaim, diretora de Negócios da Apex-Brasil, destacou que o Brasil tem sido um dos destinos mais frequentes de investimentos globais nos últimos anos. Segundo ela, “nós temos uma indústria robusta aqui, o mundo está olhando para nós e observando que há um lugar para inovação”. “Esses investimentos estrangeiros são fundamentais para fomentar novas tecnologias, novos empregos e projetos de pesquisa”, completou Nejaim.

Para Ricardo Abreu, diretor de Tecnologia e Inovação da Mahle, o Brasil precisa criar um ambiente inovador e de troca de ideias para se tornar, de fato, um hub de inovação: “As empresas tem de encontrar pontos focais que tragam benefícios para a sociedade”. Já Ana Haracemiv, diretora da Dow na América Latina, ressaltou o “investimento humano” como o elemento principal para fazer inovação. “Quanto mais diversidade, melhor o ambiente para fomentar”, disse ela.

Google à brasileira

A qualidade e o potencial dos brasileiros foram os principais pontos abordados por Berthier Ribeiro-Neto, diretor de Engenharia do Google. De acordo com ele, o Brasil tem hoje o maior capital humano qualificado da América Latina. “A mão de obra que se encontra no Brasil é de classe mundial”, afirmou. Berthier, que coordena 150 pessoas das mais diversas nacionalidades no Centro de Engenharia do Google, localizado em Minas Gerais, contou ainda que a gigante americana, que já investiu mais R$ 500 milhões no setor de engenharia – a especialidade da sede brasileira na qual Berthier trabalha –, pretende expandir ainda mais as atuações esse ano. “Estou aceitando currículos”, brincou. “Hoje, quando se faz uma busca no Google, pelo menos 1 em cada 10 resultados tem códigos escritos em terras brasileiras”.