O presidente da Finep, Marcos Cintra, destacou a necessidade de investimento empresarial para o Brasil avançar em produtividade e competitividade em relação às outras nações. Cintra participou da sessão de abertura do XXIX Fórum Nacional, realizado nesta quinta-feira, 18/5, pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), no Rio de Janeiro. De acordo com ele, no Brasil, a cada R$ 1 de investido pelo governo em pesquisa e desenvolvimento (P&D), há apenas R$ 0,80 de recursos privados. “Na China, a cada R$ 1 de investimento público em P&D, R$ 4 vem do setor privado”, exemplificou. 

Segundo Marcos Cintra, o fomento público é imprescindível para o processo inovativo, mas é necessária a participação das empresas para dar continuidade à inovação: “A inovação é a transformação do conhecimento científico em valor de mercado. Mas para transformar em valor a inovação, é fundamental justamente a participação privada”.

Para Raul Velloso, presidente interino do fórum, recuperar o investimento deveria ser o carro-chefe da política governamental. “O Brasil precisa investir aqui e agora e não daqui a seis ou oito anos”, disse. Já Marcos Cintra ressaltou ainda a necessidade de qualificar o investimento. O presidente da Finep citou dados da Pesquisa de Inovação (Pintec) 2014, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): “Segundo a última Pintec, contamos hoje com 19 mil empresas inovadoras. E elas se destacam, são diferentes qualitativamente”.  

Responsável pela abertura do painel “Visões sobre o futuro do Brasil”, a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, afirmou que a agricultura é atualmente o setor mais forte do País. “A produtividade do Brasil no campo foi 20% maior que a dos EUA, entre 2001 a 2013”.

Também participaram da mesa Márcio Fortes, presidente, do Conselho Diretor do Inae, Cláudio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria, e Luiz Claudio Batista, superintendente, do Banco do Brasil.

Esta é a primeira vez que o Fórum Nacional, realizado anualmente no Rio pelo Inae, não foi presidido pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Veloso, que está afastado por motivos médicos.