A busca por autonomia nacional na área nuclear é desafio que o Brasil persegue desde os anos 1950. Trinta anos depois, nos anos 1980, o paÃs passa a dominar a tecnologia de enriquecimento do urânio pelo processo da ultracentrifugação, com desenvolvimento totalmente nacional. A última lacuna para alcançar o domÃnio desta tecnologia chega ao seu ápice agora, com a construção de uma Unidade de Produção de Hexafluoreto de Urânio (USEXA), apoiada pela Finep/MCTI. Trata-se de uma planta que permitirá ao PaÃs dominar, em escala industrial, o ciclo completo de energia nuclear, com a conquista de uma autonomia plena em combustÃvel para reatores nucleares.
À frente do projeto, estão a Emgepron – Empresa Gerencial de Projetos Navais –, em parceria com a Amazul, ambas vinculadas à Marinha do Brasil, que deverão concluir, em breve, as obras da Unidade, a ser instalada no Centro Industrial Nuclear de Aramar. Com a entrega da planta industrial, o Brasil fecha o ciclo de desenvolvimento tecnológico e de produção do Hexafluoreto de Urânio (UF₆), composto quÃmico utilizado no enriquecimento de urânio, deixando de importá-lo.
A Finep apoia a iniciativa, que integra a Missão 6, de Defesa Nacional, do programa Nova Indústria Brasil, com investimentos de R$ 93,3 milhões, em recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e Tecnológico (FNDCT).
Esse avanço beneficia diretamente o Programa Nuclear da Marinha (PNM) e o Programa de Submarinos (PROSUB), assegurando autonomia à Marinha do Brasil na obtenção de combustÃvel para o Reator do futuro Submarino Nuclear Convencionalmente Armado (SNCA), em fase de construção. No setor civil, a tecnologia tem aplicações na produção de material nuclear para as usinas de Angra e na fabricação de combustÃvel para reatores de pesquisa.